44% dos homens brasileiros não consultam o urologista

Uma pesquisa realizada com 5 mil homens em seis capitais brasileiras trouxe à tona uma realidade alarmante para a saúde masculina: 44% dos homens nunca passaram por uma consulta com o urologista. O estudo, feito pela Sociedade Brasileira de Urologia (SBU) em parceria com a Bayer, teve o objetivo de avaliar o conhecimento masculino sobre a própria saúde, especialmente na idade adulta e na maturidade.

De acordo com o presidente da SBU, Aguinaldo Cesar Nardi, o urologista é o profissional de saúde que mais atende às necessidades do homem, acompanhando-o desde a infância até a maturidade. “Podemos tratar desde a fimose, na infância, e acompanhar o paciente em todas as etapas da vida, ajudando-o a lidar com a própria sexualidade e a contornar problemas como doenças sexualmente transmissíveis, hiperplasia prostática benigna, câncer de próstata, incontinência urinária e distúrbios androgênicos do envelhecimento masculino”, explica o especialista.

O médico ressalta a importância de os homens cuidarem da própria saúde. Segundo a pesquisa, 47% dos entrevistados nunca realizaram exames para detectar o câncer de próstata e 51% nunca fizeram exames para aferir os níveis de testosterona (hormônio masculino) no sangue. “Para ajudar a conscientizar os homens sobre os cuidados com a saúde é fundamental que haja acesso a este tipo de especialidade pelo SUS”, informa Nardi. “Esta é uma luta da Sociedade Brasileira de Urologia junto ao Ministério da Saúde, pois existem poucos Centros de Saúde do Homem com atendimento na rede pública de saúde.”

No estudo, ainda foi constatado que apenas 37% dos homens afirmaram saber o que é a andropausa – baixa acentuada da testosterona em idosos. No entanto, todos os homens afirmam ter algum sintoma característico nesta fase da vida, a saber: 31% aumento da circunferência abdominal (obesidade), 17% diminuição de pelos e alterações na pele, 17% problemas emocionais como depressão, ansiedade e irritabilidade, 15% queda no desempenho físico e mental, 11% redução do desejo sexual e 9% ausência ou diminuição de ereções espontâneas pela manhã.

“Saber reconhecer estes sintomas e procurar ajuda de um urologista pode ser muito benéfico para a qualidade de vida do paciente, especialmente na maturidade”, diz Nardi. A redução do hormônio masculino interfere nos volumes da massa muscular e da massa óssea e também na cognição e raciocínio, além de diminuir a libido dos homens, causando problemas de ereção. Segundo o médico, por conta da perda de massa óssea, o risco de fratura é dobrado. “E, como vimos na pesquisa, apenas 24% dos homens sabem que existe o tratamento com reposição hormonal, que pode controlar os níveis de testosterona” conclui.

CCommons/flickr/Yuya Tamai
CCommons/flickr/Yuya Tamai