Alemanha busca solução política para a Síria

Durante esta semana, o ministro alemão do Exterior, Guido Westerwelle, irá ao Oriente Médio tentar intermediar uma saída política que encerre os conflitos violentos entre o governo e os rebeldes na Síria.

Passando pelo Catar, Emirados Árabes, Turquia e Líbano, Westerwelle buscará apoio para colocar em prática o plano de paz proposto em abril por Kofi Annan, enviado especial da Organização das Nações Unidas (ONU) para a Síria.

Para o Ministério das Relações Exteriores da Alemanha, a viagem pode fornecer à Alemanha um panorama geral de como está a situação na região, contribuindo na elaboração de futuras propostas de ação. Ainda, pretende-se avaliar os riscos que a violência no território sírio apresenta aos países vizinhos, como o Líbano, cuja fronteira foi recentemente palco de confrontos entre defensores e opositores do governo de Bashar al-Assad.

Nos encontros com os dirigentes das nações árabes, o ministro alemão deve discutir o que precisa ser feito para garantir a implementação do plano de paz da ONU, que defende o fim dos conflitos, além de pressionar o regime de Assad a declarar o cessar-fogo. A Turquia é considerada um parceiro fundamental nas negociações,inclusive pela sua localização.

Antes de embarcar, Westerwelle se reuniu em Berlim com o ministro das Relações Exteriores francês, Laurent Fabius, que não descarta a possibilidade de uma intervenção militar na Síria.

“Diante da situação altamente complexa e perigosa na Síria, não podemos criar falsas expectativas de que uma intervenção militar possa forçar uma rápida solução", afirmou o ministro alemão ao jornal Bild am Sonntag.

União Europeia pressiona a Rússia

Paralelamente à viagem de Westerwelle, os presidentes do Conselho Europeu, Herman van Rompuy, e da Comissão Europeia, José Manuel Durão Barroso, se reuniram com o dirigente da Rússia, Vladimir Putin, em São Petersburgo, nesta segunda-feira (4).

A União Europeia (UE) quer convencer a Rússia a ajudar na pressão sobre o governo de Assad, para que ele respeite o cessar-fogo, que o próprio havia concordado em abril passado.

Segundo Van Rompuy, Putin teria afirmado também ser a favor do plano de paz de Annan, mas não deixou claro se irá atender aos pedidos dos representantes do bloco europeu. "Concordamos totalmente que o plano de Annan como um todo promove a melhor oportunidade para interromper o ciclo vicioso de violência na Síria, evitando uma guerra civil. Precisamos juntar nossos esforços a fim de que isso aconteça", afirmou Van Rompuy.

A Rússia e a China, tradicionais aliadas da Síria, têm manifestado posições adversas às sanções contra o governo do país, defendidas pelo Conselho de Segurança da ONU.

Revolta

Os protestos contrários ao regime de Bashar al-Assad ocorrem há 15 meses na região, gerando combates violentos entre os manifestantes e os militares do governo, com perigos de virar uma guerra civil generalizada. Segundo a ONU, mais de 10 mil pessoas já morreram nos conflitos na Síria.

Creative Commons/ Freedom House 2
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