A União Europeia anunciou que pretende flexibilizar a regulamentação que define o limite de tolerância zero para a contaminação por organismos geneticamente modificados em alimentos destinados ao consumo humano e de 0,1% para rações animais.
Na Alemanha, a notícia foi recebida com grandes críticas e a ministra da Agricultura, Alimentação e Proteção ao Consumidor do país, Ilse Aigner, enfatizou que continuará se opondo a qualquer medida que acabe com a baixa tolerância aos traços de transgênicos contidos em produtos importados.
Aigner acredita que, com o relaxamento das regras, os mais prejudicados serão os consumidores, pois a transparência na rotulagem de alimentos – que especifica os produtos livres de transgênicos – pode ficar comprometida e infringir o direito de escolha dos cidadãos.
Enquanto isso, a indústria alimentícia da Alemanha e de outros países da União Europeia continua pressionando os órgãos legisladores para que a presença de traços de transgênicos em produtos para o consumo humano seja permitida em graus mais elevados.
Ainda, a Comissão Europeia, que propôs a mudança, considera que a regra de tolerância mínima é muito inflexível e não sustenta mais as operações do mercado internacional, dificultando questões de importação e comércio perante outras nações mais permissivas aos organismos geneticamente modificados.
Segundo a Comissão, exportadores e produtores de outras regiões consideram o afrouxamento da regra necessário para evitar interrupções às vendas de alimentos, pois as cadeias globais de suprimento enfrentam cada vez mais dificuldades para garantir a entrega de cargas de grãos, derivados e alimentos livres de transgênicos com destino à União Europeia.