No dia 22 de janeiro de 1963, o então chanceler alemão, Konrad Adenauer, e o então presidente francês, Charles de Gaulle, assinaram o histórico Tratado do Eliseu, que selou a amizade entre Alemanha e França, inimigos durante séculos, inclusive na 2ª Guerra Mundial, terminada em 1945. O ato, realizado na cidade francesa de Reims, é considerado um dos pilares fundadores da União Europeia (UE).
O texto estabelecia que os dois países se comprometeriam a tentar atingir posições comuns sempre que possível, em todas as questões essenciais em política, economia e cultura. “Mesmo após 50 anos, o texto continua apropriado. Os termos-chave presentes em seu preâmbulo – reconciliação, juventude, solidariedade e Europa – ainda descrevem o cerne de nossa parceria hoje. Através dos anos, apesar de todas as dificuldades, o tratado criou uma proximidade e uma amizade conhecidas apenas por poucas nações”, afirmam os ministros de Relações Exteriores da Alemanha, Guido Westerwelle, e da França, Laurent Fabius, em artigo publicado na imprensa alemã e francesa.
Durante um dos eventos comemorativos ao cinquentenário do tratado, nesta segunda-feira (21), a chanceler alemã, Angela Merkel, lembrou que Konrad Adenauer costumava comparar a amizade entre os dois países a uma árvore, e dizer que, antes que ela pudesse ser plantada, um terreno cheio de sofrimento deveria ser limpo.
“Hoje, podemos dizer que isso evoluiu para a árvore da amizade franco-alemã”, disse Merkel a uma plateia de 200 jovens franceses e alemães, em Berlim. O presidente francês, François Hollande, que participou do evento ao lado da chanceler, enalteceu as relações entre os dois países, afirmando que “não se pode simplesmente ser um amigo, leva-se tempo para se tornar um amigo”.
De acordo com a Agência Brasil, Merkel e Hollande anunciaram, em entrevista coletiva nesta terça-feira (22), a apresentação, até maio, de propostas conjuntas para reforçar a zona do euro, que contemplem especialmente o incentivo à competitividade e ao crescimento.