Em visita ao Brasil, a Comissária da União Europeia para o Clima, Connie Hedegaard, se reuniu com diplomatas e ministros brasileiros na capital Brasília e na cidade de São Paulo.
Apenas alguns meses antes da Rio+20, Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável que acontece em junho no Rio de Janeiro, as conversas tiveram foco nos avanços das negociações climáticas.
Tanto Hedegaard quanto o ministro das Relações Exteriores, Antônio Patriota, ressaltaram a oportunidade que a conferência representa para a conquista de uma economia verde e a implantação de uma governança ambiental multilateral.
Em artigo, a comissária elogiou os feitos sociais e econômicos vistos no Brasil nos últimos anos.
“O crescimento, em si, não é nosso inimigo, nem nosso problema. É a maneira como crescemos – e a maneira como continuamos a crescer – que nos apresenta um desafio comum”, declarou.
Na reunião, que ocorreu na terça-feira (28), Patriota destacou a importância de associar as propostas relativas à economia verde com ações de cunho social, como erradicação da fome e pobreza.
Além disso, o ministro defendeu que a União Europeia amplie as negociações para que empresas estrangeiras que atuem na Europa reduzam suas emissões de carbono.
Uma das preocupações de ambas as partes é em relação às metas a serem decididas na Rio+20. Para Hedegaard, concretizar a meta de dar acesso universal à energia renovável em 2030 poderia ser um dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável a ser imediatamente implementado ao fim da Rio+20.
"Acho que um dos desafios da Rio+20 não é escrever um monte de declarações, mas temos que ser capazes de, no dia seguinte à conferência, responder à pergunta: o que a Rio+20 mudou na vida dos cidadãos? Acredito que um bom resultado será se o mundo puder abraçar o conceito de economia verde", disse a comissária.
Connie Hedegaard também participou de uma reunião fechada sobre os mesmos temas com a ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira.