Em 2012, o número de professores homens na Alemanha foi de 43.900, enquanto as professoras contabilizaram apenas 9.000. De acordo com Roderich Egeler, presidente do Escritório Federal de Estatística da Alemanha (Destatis), 20% dos postos de docência em instituições alemãs de ensino superior eram ocupados por mulheres. Ele ressalta, entretanto, que uma comparação das estruturas mostrou uma forte tendência do público feminino nos últimos dez anos. Em 2002, essa proporção era de 12%.
Segundo o Destatis, quanto mais alta a profissão acadêmica, menor é a proporção de mulheres em instituições de ensino superior alemãs. Enquanto que, em 2012, quase metade dos estudantes do primeiro semestre e graduandos eram do sexo feminino, a quantidade de mulheres que buscavam o doutorado era de apenas 45% e as de que tinham uma qualificação de pós-doutorado era de 27%.
O fenômeno das grandes posições raramente ocupadas por profissionais do sexo feminino não ocorre apenas em instituições de ensino superior. As mulheres também são mal representadas em cargos sênior de negócios privados e administrações públicas. Em 2012, essas profissionais representavam apenas 29%.
Na Alemanha, os salários diferenciados por gênero continuam altos – comparados a outros países da União Europeia (UE). Desde os primeiros cálculos de 1995, a diferença na remuneração horária média bruta permaneceu quase inalterada (mais de 20%). Em 2013, a disparidade salarial era de 22%.
Egeler afirma que algumas questões, sob uma perspectiva estatística, influenciam nas situações de diferenciação entre homens e mulheres na Alemanha:
* Iniciar uma família e cuidar de crianças têm um forte impacto na vida profissional das mulheres. Apenas 32% das mães com filhos com menos de três anos de idade estavam empregadas em 2012. A participação dessas mulheres na força de trabalho aumenta com o amadurecimento da criança. Já o índice de pais empregados era permanentemente entre 82% e 85%, independentemente da idade da criança;
* Empregos de meio período são mais comuns entre as mães do que os pais. Em 2012, 69% das mães trabalhadoras que tinham um filho pequeno trabalhavam nessas condições, enquanto que os pais representavam apenas 6%. Em relação aos motivos de trabalharem meio período: 81% das mulheres reduziram as horas de trabalho por razões pessoais ou familiares, e 39% dos homens porque não encontraram um emprego integral;
* Cuidar de crianças é predominantemente responsabilidade das mães: 96% das mulheres que tiveram filhos em 2012 receberam licença maternidade, enquanto que os homens não foram mais que 29%. Entretanto, a proporção de pais tem crescido continuamente nos últimos anos (24% em 2009). Mesmo que esse número tenha aumentado, o período de licença tem diminuído (de 3,5 meses em 2009 para 3,2 meses em 2012);
* Os indicadores de pobreza e exclusão social também mostram diferenças entre gêneros. Em 2012, 21,5% das mulheres e apenas 18,2% dos homens com 18 anos ou mais foram afetados por essas questões na Alemanha;
* Tanto a baixa participação na força de trabalho quanto a desvalorização salarial da mulher geram a situação de que mais pensionistas do sexo feminino que moram sozinhas têm que sobreviver com um rendimento líquido baixo (menos que € 900). Em 2012, um quarto das mulheres e apenas 16% dos homens com 65 anos ou mais viviam em tais circunstâncias.