Empresas não priorizam gestão de pessoas

Um estudo revelou que as empresas na Alemanha não priorizam a habilidade de gestão de pessoas. Segundo a pesquisa realizada com 118 instituições que empregam pelo menos 400 funcionários, em 80% dos casos a má gestão de pessoas não acarreta consequências para a gerência, o que pode causar prejuízos para as organizações.

"O valor dado à gestão de pessoas é baixo", ressaltou o Professor de Gestão de Pessoas na Faculdade de Osnabrück na Alemanha, Casten Steinert. Como efeito disso, explica o pesquisador, "muitos colaboradores acabam se desligando psicologicamente do trabalho e fazendo greve de zelo", o que pode resultar em maiores gastos para as empresas. "Quando gestão não é prioridade para a alta gerência, os colaboradores se sentem mal tratados", afirmou Steinert.

Uma das razões apontadas pelo estudo para a pouca atenção dada à administração dos recursos humanos é a falta de treinamento dos gerentes nesta função. Sendo assim, eles não veem necessidade de desenvolver habilidades de gestão, concluíram os pesquisadores.

Na opinião dos estudiosos, a falta de transparência dos critérios de seleção no momento da contratação de altos executivos é mais um fator que intensifica este problema. "Dessa forma, cria-se uma discrepância entre os colaboradores dos diferentes níveis da gerência, o que prejudica também o ambiente de trabalho", explicou o professor.

Funcionários

Outro estudo mostrou que o número de pedidos licenças do trabalho por problemas psicológicos dobrou na Alemanha, de 1994 até hoje. Somente no último ano, 9,3% das faltas trabalhistas de funcionários alemães foram atribuídas a causas psicológicas.

De acordo com a análise do Instituo de Pesquisas da AOK (Wido), as causas para o sofrimento psicológico no ambiente de trabalho são principalmente estresse, excesso de trabalho e falta de reconhecimento por parte do chefe. Segundo dados da pesquisa, mais de 54% dos funcionários afirmaram que "nunca ou quase nunca são elogiados pelo chefe".

Com isso, "tanto o bem estar no ambiente de trabalho como o sucesso da empresa são afetados", avisou o diretor do Wido, Helmut Schröder. Na opinião dele, quem recebe reconhecimento tem menos problemas de saúde e se identifica mais com a própria empresa. "No entanto, muitos chefes não se comportam da forma necessária", avalia.

SXC
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