O álbum de figurinhas da Copa do Mundo é uma verdadeira febre no Brasil. Não é à toa que o país lidera o ranking dos aficionados pelas coleções, consumindo mais que o dobro do segundo colocado, a Alemanha. Aqui, são produzidas 40 milhões de figurinhas por dia, fazendo com que os brasileiros se mobilizem para trocar as carinhas repetidas. Porém, se antes o álbum era encarado como um empecilho durante o período letivo, hoje alguns colégios brasileiros aproveitam para utilizá-lo como ferramenta educacional.
É o que acontece no Colégio Humboldt. O professor de língua alemã, Antonio Herembergue Dias Jr, produziu um álbum de figurinhas para cada aluno do 4º ao 7º ano. Entretanto, em vez de figurinhas de times e jogadores, este álbum é composto pelas fotos dos alunos, professores e funcionários; e também por atividades didáticas, como cruzadinhas, enigmas, jogos dos sete erros e pequenos textos – tudo em língua alemã.
Segundo Antonio, o projeto nasceu com a ideia de aproveitar o entusiasmo e empolgação com a Copa do Mundo e direcionar os alunos para um trabalho pedagógico. “Fizemos um álbum diferente para cada série, e todos os alunos recebem o seu e precisam completar com as figurinhas que podem ter a carinha dos colegas, dos professores, das personagens criadas para o álbum ou bandeiras dos países”, conta o professor. “Nós mandamos imprimir pacotinhos com cinco figurinhas em cada um e demos uma quantidade de pacotes para cada professor, que define qual vai ser o critério para distribuir essas figurinhas para as crianças. Por exemplo, se um aluno fez a lição de casa ou participou da aula, ganha um pacotinho”.
Para conseguir completar o álbum, os estudantes precisam encontrar todas as figurinhas e colá-las corretamente. De longe, parece uma tarefa fácil, mas o Antonio explica que não é tão simples assim. “Os alunos não sabem o que vem em cada pacotinho e podem receber figurinhas repetidas, aí precisam trocar com os outros colegas. Além disso, as figurinhas não são numeradas: ao invés da numeração, colocamos dicas escritas em alemão e eles precisam desvendar essas dicas para colar no lugar certo”.
De acordo com o professor, o objetivo não é gerar uma competição de quem completa primeiro, mas sim de promover a ideia de ajuda e integração. “Se um aluno não conhece o outro da sala paralela, ele precisa procurar saber quem é para conseguir colar a figurinha. Isso acaba aproximando-os, gerando novas amizades”, destaca o professor. “Eles se empenham muito em conseguir preencher o álbum, em conseguir um pacotinho e é gratificante ver que o projeto está dando um resultado positivo com os alunos, eles estão muito empolgados”, finaliza.
Foto: Divulgação Colégio Humboldt