A queda dos fluxos de imigração legal observada nos últimos anos por conta da crise econômica mundial está próxima de acabar. É o que afirma a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) em seu relatório anual sobre as Perspectivas das Migrações Internacionais.
O levantamento, divulgado nesta quarta-feira (27), em Bruxelas, aponta que a imigração em 23 países da OCDE caiu em 2010 pelo terceiro ano seguido, mas com valores mais modestos. A queda registrada foi de 3% se comparado ao ano anterior, enquanto em 2009 esse índice era de 7% em relação a 2008.
Nos Estados Unidos, a migração caiu 8% em 2010 e 3% nos países europeus da OCDE, excluindo os fluxos internos do continente. Por outro lado, aumentou em mais de 10% no Canadá, na Coreia do Sul e no México. "Os dados preliminares de 2011 mostram que a imigração voltou a crescer nesse ano na maioria dos países europeus da OCDE, com exceção da Itália, da Espanha, e da Suécia", alega o órgão no documento.
Durante a apresentação do estudo, o secretário geral da OCDE, Angel Gurría, declarou que “os desenvolvimentos do mercado de trabalho e os fluxos migratórios estão intimamente ligados. O declínio na demanda por trabalho tem sido a força motriz por trás da queda na migração durante a crise, e não as restrições impostas pelas políticas de migração".
Entre maio e abril de 2011, o fluxo de imigrantes cresceu 44% na Irlanda, enquanto a Alemanha registrou um aumento de 21% entre janeiro e junho do mesmo ano.
Ainda, o relatório confirma que o agravamento da crise na zona do euro fez aumentar o número de emigrantes dos países mais afetados – Grécia, Espanha, Itália e Portugal.
Em 2011, cerca de 50 mil pessoas deixaram a Espanha, entre cidadãos nacionais e estrangeiros, um movimento até então inédito no país, que no ano anterior havia recebido mais de 60 mil imigrantes.
A maior parte dos emigrantes gregos, espanhóis, italianos e portugueses buscou oportunidades no mercado de trabalho alemão. Durante os oito primeiros meses de 2011, o fluxo de imigrantes gregos na Alemanha aumentou em 80% frente ao mesmo período do ano anterior, o de espanhóis em 50% e o de portugueses e italianos em 20%.
Jovens
Durante a última década, os imigrantes jovens foram responsáveis por 70% do aumento na força de trabalho na Europa, e 47% e nos Estados Unidos. Esse papel positivo da migração na manutenção da força de trabalho em muitos países deve se tornar mais importante à medida que a geração dos baby-boomers está começando a se aposentar. Em 2015, se a imigração permanecer nos níveis atuais, o fluxo não será suficiente para manter a população em idade ativa em muitos países da OCDE, especialmente nos da União Europeia.