Conciliar trabalho e família nunca foi tarefa fácil para os médicos. O resultado é que cada vez menos pessoas se aventuram a estudar medicina na Alemanha e os bons clínicos acabam migrando para outros países que oferecem postos de trabalho mais flexíveis.
Para tentar reverter à situação, o Conselho de Medicina da Alemanha lançou, nesta segunda-feira (29), o manual “Trabalho compatível com a família para médicas e médicos – qualidade de vida na atividade profissional”. O documento descreve como criar postos de trabalho mais atrativos para os clínicos, inclusive para os setores de emergência.
“Antigamente, os médicos viviam para trabalhar e depois trabalhavam para viver. Hoje, eles querem viver ao mesmo tempo em que trabalham. Os gerentes das clínicas precisam entender isso. Essa é a única maneira de atrairmos recém-formados em tempos de escassez de médicos”, diz Dr. Frank Ulrich Montgomery, vice-presidente do Conselho de Medicina da Alemanha.
O manual funciona como uma espécie de guia para médicos e empregadores, com uma lista de questões que devem ser observadas para criar postos de trabalho que se adaptem à vida familiar dos profissionais. Fatores como creches próximas ao local de trabalho, flexibilidade nos horários, entre outros, são analisados pelos médicos ao considerar um novo emprego. Portanto, se adequar a esses fatores garantirá ao empregador um atrativo maior para bons profissionais.
O Ministro da Saúde da Alemanha, Dr. Philipp Rösler, acredita que é preciso criar condições para que médicos e enfermeiros tenham tempo para suas famílias e suas vidas pessoais. Ele diz que uma equipe do ministério já está trabalhando em sugestões de melhorias para a classe médica, baseadas nos conceitos expostos no Manual do Conselho de Medicina da Alemanha.