O mercado de entretenimento no Brasil, incluindo brinquedos, gerou um faturamento de R$ 5,7 bilhões de janeiro a julho deste ano – equivalente a 4% de crescimento em relação a igual período de 2013. Deste valor, R$ 4 bilhões são relativos a produtos voltados para o público infanto-juvenil, mercado que cresceu 10% em relação aos sete primeiros meses de 2013.
Esses números positivos foram impulsionados pela entrada de novos produtos, como os tablets infantis, e pelo desempenho positivo dos jogos e consoles de videogames. As vendas de consoles atingiram 33% de expansão e os jogos de videogame cresceram 17% em faturamento no mesmo período. Em ano de Copa do Mundo, os jogos de futebol representaram uma fatia de 19 pontos percentuais desse segmento, acima de Argentina (16%) e Portugal (14%), por exemplo. Esses dados foram apresentados na 11ª Conferência Anual da GfK – quarta maior empresa de pesquisa de mercado do mundo.
O aumento das vendas de consoles de videogame teve a contribuição dos equipamentos de nova geração, que já representam 20% do faturamento total e 11% das unidades vendidas. “Mas os consoles da geração antiga ainda têm a expressiva participação de 82% em volume. Notamos crescimento grande na Europa porque quase todas as vendas são da nova geração: em valor, a Inglaterra cresceu 208%, a França, 110%, e a Alemanha 66%. Com isso, a Inglaterra este ano passou o Brasil, que ainda é maior que Espanha e Itália”, afirma Oliver Röemerscheidt, Diretor de Unidade de Negócio.
Com crescimento de 11,5% em unidades, o mercado de jogos de videogame está na contramão da tendência global de retração. O mercado alemão teve resultado negativo, diminuindo 22,5%; o francês caiu 13,9%, e o italiano 12,4%, todos em volume. “Brasil e América Latina ainda crescem porque continuam consumindo jogos da geração anterior, assim como têm o adicional da nova geração. No Brasil, os jogos novos representam 8% das vendas em volume e 13% em valor”, destaca Röemerscheidt. Nos primeiros sete meses deste ano, o Brasil teve faturamento de US$ 247,9 milhões, sendo ultrapassado pela Inglaterra (U$ 520 milhões), mas ainda à frente de Espanha (U$ 203,7 milhões) e Itália (U$ 194,4 milhões).
Na categoria de vídeos, a tecnologia blu-ray não tem dado o impulso esperado para o setor. As vendas das mídias DVD e blu-ray registraram queda de 9% em unidades de janeiro a julho deste ano em comparação com igual período de 2013, enquanto o mercado de DVD players e blu-ray players apresentou queda de 14% das vendas. Entre as diversas categorias de filmes, apenas as animações, voltados para o público infanto-juvenil, tiveram crescimento: as vendas subiram 12% e sua participação no mercado cresceu de 13% para 17%.
Com crescimento de 2,4% em unidades, o segmento infanto-juvenil também foi o que mais contribuiu para a expansão de 2% no varejo de livros no Brasil, entre janeiro e julho de 2014 em comparação com 2013. Em vários países europeus, houve retração nesse período (Portugal, 3%; Espanha, 8%, e Itália, 6%).
O setor de brinquedos registrou ligeira queda – 0,6% – nos sete primeiros meses do ano, número que ainda não contabiliza os resultados de vendas do Dia das Crianças e Natal. O destaque do período foi o crescimento de participação dos produtos licenciados, que passaram a responder por 27,5% do faturamento. Representavam 24,1%, entre janeiro e julho de 2013, e 23,9% em igual período de 2012. Na avaliação dos dados regionais, é possível constatar que os maiores crescimentos de vendas foram registrados no Nordeste (4,8%) e Norte/Centro-Oeste (4,2%). Mas são as regiões com menores gastos médios de brinquedos por criança. Enquanto na Grande São Paulo esse valor está em R$ 101,00 e na Grande Rio, em R$ 149, cai para R$ 18,00 no Nordeste e R$29,00 no Norte/Centro-Oeste.