Em geral, as mulheres vivem seis anos a mais que os homens. Segundo estudo divulgado pela Allianz, feito com monges e freiras da região sul da Alemanha, diferentemente do que se acreditava, a diferença não é genética, mas está relacionada ao estilo de vida masculino.
“As mulheres não vivem mais. Os homens é que estão morrendo mais cedo”, explica Marc Luy, pesquisador do Instituto de Demografia de Viena e autor do “Cloister Study” (Estudo do Claustro, em tradução livre). Já Michaela Grimm, economista da Allianz em Pesquisa Econômica e Desenvolvimento Corporativo, afirma que “mulheres bem educadas têm maiores chances de se juntar ao clube das centenárias um dia”.
Luy mostra em seu estudo que o estilo de vida e o ambiente parecem influenciar na expectativa de vida de homens e mulheres mais do que os fatores biológicos. Para isso, ele recolheu informações de 11.624 monges e freiras de 12 monastérios do sul da Alemanha, cobrindo um período de mais de quatro séculos até 1995.
De acordo com o pesquisador, monges e mulheres experimentaram um aumento da expectativa de vida na década de 1970. Nesse período, uma típica mulher de 25 anos e uma freira da mesma idade poderiam contar com mais 51 anos de vida. Em comparação, a expectativa para um homem de 25 anos era viver em média mais 45-46 anos. Entretanto, isso não se aplicava aos monges, que tinham uma estimativa de cinco anos a mais do que população masculina em geral.
Conforme as descobertas de Luy, os monges sempre relacionaram sua longevidade a uma rotina diária regular. “Muitos ainda apontam uma transição suave para a velhice”, comenta o estudioso. Para os monges mais velhos, as responsabilidades contínuas eram sempre consideradas vantajosas.
Em resumo, o estudo mostra que a expectativa de vida está muito mais relacionada ao estilo de vida do que ao gênero. A população dos homens, em geral, lida com as consequências de um modo de vida mais arriscado. Mas muitos desses fatores sociais, políticos, econômicos, demográficos e comportamentais podem ser influenciados por um desejo de viver mais.
Curiosamente, os dados apontam que essa disparidade aparentemente tem se estreitado a partir da década de 1980. E isso não significa que os homens são responsáveis por isso, mas que as mulheres estão adotando estilos de vida mais prejudicialmente semelhantes aos dos homens.
Luy coloca desta forma: “As mulheres estão cada vez mais ativas no mercado de trabalho, experimentando o estresse da vida profissional e adquirindo hábitos que os homens adotam para lidar com isso, como beber álcool e fumar. Isso se reflete na pesquisa e os efeitos podem ser claramente vistos nas tendências”.