O tratamento por Imunoterapia foi ponto alto do Simpósio Internacional de Linfoma de Hodgkin (International Symposium of Hodgkin Lymphoma), deste ano, o maior evento mundial sobre o tema, realizado a cada dois anos na Alemanha, país responsável pelo maior volume de estudos sobre o tema.
Referência no Brasil quando se trata de Linfoma de Hodgkin, O Dr. Otavio Baiocchi, coordenador Centro Especializado em Linfoma, Mieloma e Terapia Celular do Hospital Alemão Oswaldo Cruz, foi o único palestrante de fora da Europa e dos EUA em plenária durante o simpósio e ressalta a importância da imunoterapia no combate ao câncer.“O destaque que essas drogas alcançaram se dá, exatamente, por elas serem capazes de ativar o sistema imunológico dos pacientes, para que o próprio corpo combata o tumor”, destaca.
A sessão que contou com a palestra do Dr. Baiocchi teve como tema Linfoma de Hodgkin em Situações Especiais. O especialista, que abordou a relação do HIV com esse tipo de câncer, disse que atualmente o linfoma de Hodgkin é uma doença altamente curável e o tratamento evoluiu muito nos últimos 10 anos, especialmente, para pessoas soropositivas. “Hoje, tratamos pacientes que vive com HIV ou não da mesma maneira. Não há mais uma distinção na terapêutica. E esse avanço se deu, principalmente, por causa da evolução do tratamento do HIV, que conta com um maior controle viral e com o aumento da imunidade”, esclarece.
O especialista acredita que o tratamento por imunoterapia é o caminho para a cura do câncer de uma forma geral e, em especial, para o tratamento do Linfoma de Hodgkin.
“Os resultados mundiais são excelentes. Temos diversos estudos que comprovam a eficácia da imunoterapia na luta contra o Linfoma de Hodgkin e na prática verificamos que além de curar, melhora a qualidade de vida dos pacientes. Sintomas como enjoos e queda de cabelo são praticamente ausentes nesse tratamento. Além disso, antigamente entre 30% e 40% dos pacientes com linfoma de Hodgkin eram encaminhados para o transplante. Hoje, graças à imunoterapia, esse número não atinge nem 10%”, comemora o oncologista.