Até agora havia dois destinos certos para um jovem alemão que terminasse seus estudos no colégio: o exército ou a prestação de serviços à comunidade. Somente depois de passar por um dos dois, o jovem poderia viajar ou iniciar um curso superior.
A partir de 1º de julho de 2011, no entanto, o serviço militar deixará de ser obrigatório na Alemanha. O governo anunciou, nesta quinta-feira (9), que o exército do país passará de 250 mil soldados para 185 mil, dos quais somente 15 mil serão jovens em serviço obrigatório. O corte faz parte do programa de contenção de gastos que o país adotou esse ano e tem aplicado a diversas áreas.
O Ministro da Defesa, Karl-Theodor zu Guttenberg, afirma que a política de segurança não deve ser baseada na situação econômica do país, mas que é preciso poupar para manter as finanças equilibradas.
Os detalhes da mudança no sistema do alistamento serão definidos na próxima semana. Ainda não se sabe quais desdobramentos a redução das tropas trará ao país.
Voluntariado
A suspensão do serviço militar obrigatório implica na suspensão da obrigatoriedade também para a prestação de serviços comunitários. Por isso, o Ministério da Família lançou, em novembro, um programa nacional de voluntariado, que terá início também em julho do próximo ano. O objetivo é fazer com que mais pessoas, e não só os jovens recém-saídos da escola, se engajem em projetos sociais, atraindo mais de 35 mil voluntários por ano.
“Com o programa nacional, nós desenvolvemos um conceito atraente que visa fortalecer o voluntariado na Alemanha e compensar, pelo menos parcialmente, a perda que a suspensão da obrigatoriedade da prestação de serviços à comunidade pode trazer”, explica a Ministra da Família, Kristina Schröder.
Para o novo programa poderão candidatar-se tanto homens quanto mulheres em qualquer idade para períodos que variam entre seis e 24 meses. Voluntários que tenham mais de 27 anos podem cumprir somente meio período, ou seja, 20 horas por semana. Os investimentos no novo programa totalizarão € 350 milhões por ano.