Alemanha investiga origem do “Tesouro de Munique”

O governo alemão, a fim de esclarecer a origem das obras que compõem o “Tesouro de Munique” – cerca de 1.500 obras de arte moderna que foram encontradas por agentes alfandegários em um apartamento em Munique –, decidiu intensificar as investigações. A decisão foi tomada por representantes de ministérios federais e estaduais, que concordaram em formar uma “força-tarefa” composta por pelo menos seis especialistas em arte. Todas as instituições nacionais e bávaras pertinentes participarão da averiguação.

O trabalho da equipe será coordenado pelo Escritório de Investigação de Proveniência e Pesquisa (AfP, na sigla em alemão) e orientado por Ingeborg Berggren-Merkel, antiga vice-presidente do Comitê Consultivo do AfP e ex-comissária da Cultura e Mídia. 

Cerca de 970 obras de arte serão investigadas. Destas, 380 podem ser classificadas como “arte degenerada”, classificação dada pelos nazistas para a arte moderna de origem não germânica ou “judia-bolchevique” e que foram proibidas de serem exibidas. No caso de cerca de 590 obras, os investigadores irão determinar se elas foram tiradas de seus proprietários legais em decorrência da perseguição nacional-socialista, o que não se aplica a nenhum dos outros objetos confiscados.

As primeiras 25 obras de arte descobertas em Munique foram divulgadas na internet (www.lostart.de) no último dia 11. Há indícios de que essas obras foram apreendidas pelo regime nazista.

Em dezembro de 1999, os governos federal e estaduais e as associações de autoridades locais centrais assinaram uma declaração que torna a identificação e devolução de artefatos culturais tirados de seus proprietários legais, particularmente os judeus, durante as perseguições do regime nacional-socialista na Alemanha um dever das instituições públicas alemãs.

CC/ Flickr/ Tech 109
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