A Alemanha fechou o mês de junho com um novo Patrimônio Mundial. No último dia 21, a Unesco – organização das Nações Unidas para Educação, Ciência e Cultura – reconheceu a antiga abadia beneditina de Corvey como um dos estabelecimentos monásticos de maior importância política e religiosa da Idade Média no território germânico. Com isso, eleva-se para 39 o número de lugares tombados pela instituiçao da ONU no país europeu.
Localizada na cidade de Höxter, no estado alemão da Renânia do Norte-Westfalia, a abadia foi erguida por monges nas margens do Rio Weser no ano de 822, sob a proteção do rei Luís, o Piedoso, seguindo o desejo de seu pai, Carlos Magno. Com sua construção, a dinastia carolíngia quis assegurar o poder sobre a região saxônica recém-conquistada e, a partir daí, promover o Cristianismo no país.
Durante o período medieval, Corvey abrigava manuscritos valiosos, mas com o passar dos anos eles foram se perdendo em incêndios e saques. A atual biblioteca, hoje uma de suas atrações, foi construída no século 19 e possui 75 mil livros, que fascinam visitantes de todo o mundo.
A abadia também é conhecida por abrigar espetáculos musicais. Anualmente, as chamadas Semanas Corvey de Música, realizadas na Kaisersaal (Salão do Imperador) e na Abteikirche (Igreja da Abadia), remontam a 1954 e contemplam apresentações de obras clássicas e jazz. O aguardado Concerto de Natal, por exemplo, integra a programação anual do histórico complexo, que acolhe um órgão barroco.
Desde 1999 a Abadia de Corvey estava na lista alemã da Unesco para ser avaliada pela comissão que seleciona os Patrimônios Culturais da Humanidade. Atualmente, outras atrações integram a avaliação da Unesco, como o Castelo de Heidelberg e a Speicherstadt, em Hamburgo. Com esse título, o país alemão torna-se o segundo do Velho Continente em número de títulos, atrás apenas da Itália, que contabiliza 49 certificações da instituição da ONU.