Artes visuais brasileiras em Frankfurt

Eles estão espalhados por toda parte. Nos muros, prédios, igrejas, pontes e até mesmo na fachada de um grande banco. Das favelas diretamente para Frankfurt, os grafites elaborados por dozes artistas brasileiros mudaram a cor da cidade alemã que abriga o maior evento mundo no mercado editorial, a Feira do Livro de Frankfurt.

A exposição Street-Art Brazil – Graffitti estampa a diversidade do grafite brasileiro que bem se diferencia do trabalho norte-americano e europeu. Tanto na estética quanto no conteúdo. Com o uso de apenas dois tons, Alexandre Orion consegue despertar a sensação de que o desenho flutua sobre uma das ruas mais movimentadas de Frankfurt. “Essas obras têm sido um tremendo sucesso. As pessoas param para olhar e ficam admiradas com o trabalho dos artistas brasileiros. É bem diferente do que costumamos ver por aqui”, comemora a curadora da exposição Carolin Köchling.

As obras de arte dos brasileiros também tomaram conta de grandes museus em Frankfurt, como o Schirn Kunsthalle, um dos mais renomados da Alemanha. Em meio a uma única cor, Helio Oiticica brinca com as formas e texturas, transformando peças básicas em uma grande obra de arte. São oito instalações na exposição Brasilianas feitas por artistas clássicos, como Neville d’Almeida, Lygia Clark, Tunga e Cildo Meirelles. As gerações mais recentes, como Ernesto Neto e Maria Nepomuceno não podiam ficar de fora.

“Uma exposição pequena, extremamente forte, em um museu muito privilegiado e artistas consagrados. O Brasil se mostrando para o mundo”, disse a ministra brasileira da Cultua, Marta Suplicy, que está em Frankfurt para acompanhar a feira do livro.

O Museu de Artes Aplicadas, o MAK, expõe o trabalho do designer gráfico paulista Alezandre Wollner. Considerado um dos mais conceituados do mundo, ele tem papel crucial na consolidação artística, cultura e econômica do design brasileiro moderno. E não é preciso um olhar profundo para notar esse aspecto. Cartazes criados em 1954 ainda hoje remetem a traços modernos. Na história, uma imensidão de marcas que surgiram da brilhante e assertiva mão de Wollner agora podem ser apreciadas pelo público alemão.

“O curioso é que muitas pessoas acharam que já conheciam o trabalho de Wollner. O motivo disso é que ele estagiou com um dos designers mais conhecidos da Alemanha, Otl Aicher. Wollner tem uma história com o nosso país e isso se espelha em suas obras. As reações dos visitantes são sempre muito positivas”, comenta a curadora Julia Koch.

Assessoria de Comunicação do Ministério da Cultura

Johan Visbeek/Ministério da Cultura
Johan Visbeek/Ministério da Cultura