Desde a última quinta-feira (10), a cidade de Berlim respira arte e glamour. O 61º Festival de Cinema de Berlim (Berlinale) leva à cidade personalidades do mercado cinematográfico, da mídia e da política europeia, além de cinéfilos ansiosos para assistir às 385 produções do mundo inteiro que serão exibidas em 11 dias de mostra. De documentários a superproduções, passando por curta-metragens, filmes de arte e produções independentes, o evento tem atrações para todos os gostos.
O remake de “Bravura indômita”, dos irmãos Ehtan e Joel Coen, abriu o festival, que homenageou, em seu primeiro dia, o diretor iraniano Jafar Panahi, cujo filme “Fora do Jogo”, deu início a protestos e mexeu com a política de seu país durante as eleições de 2009. Panahi havia sido convidado para fazer parte do júri oficial da competição, mas foi condenado a seis anos de prisão em dezembro e proibido de viajar para o exterior ou dirigir novos filmes, por ter produzido o filme sem permissão do governo.
Em seu discurso de abertura, o Ministro de Cultura Alemão, Bernd Neumann, fez menção ao caso do diretor iraniano, que foi representado no evento por uma cadeira vazia. “Tirar a liberdade de um cineasta é ir contra os valores fundamentais da liberdade”, lembrou o Ministro.
Um corpo de jurados formado por sete profissionais do segmento, presidido pela atriz e diretora Isabella Rosellini, analisará os 16 filmes que concorrerão aos Ursos de Ouro e de Prata do festival.
Os filmes brasileiros “Tropa de Elite 2”, de José Padilha, “Ensolarado”, de Ricardo Targino, e “Os Residentes”, do diretor mineiro Tiago Mata também estão na programação da mostra.
Incentivo federal
O Ministério da Cultura da Alemanha investiu € 6,5 milhões para a realização da edição de 2011 da Berlinale.
Outros € 250 mil foram destinados para a Oficina de Talentos da mostra, que oferece a 350 jovens cineastas do mundo todo a oportunidade de trabalhar com diretores renomados em novos projetos de filmes e formar uma rede de contatos na área todos os anos.