A imigração alemã no Brasil é o tema principal da Revista de História da Biblioteca Nacional de março. Desde D. João VI, com a política de imigração e colonização, o imigrante alemão teve importante papel no processo de diversificação cultural do País. Além do desenvolvimento da agricultura e da produção industrial, sua influência se deu nos campos da língua, religião, gastronomia e arquitetura. Embora com reconhecida predominância no sul, as primeiras colônias alemãs se firmaram na Bahia, a partir de 1816.
Os alemães constituíram o quarto maior grupo de imigrantes a desembarcar no Brasil nos séculos XIX e XX, com um total estimado em 200 mil pessoas. No entanto, não formavam um povo homogêneo. “Eles vinham das mais distintas regiões da Europa central, como Hunsrück, Pomerânia, Westfália e Württemberg. Em cada região viviam segundo uma cultura própria e falavam um dialeto específico. Muitos não sabiam nem mesmo falar o alemão formal (hochdeutsch) e não possuíam cidadania alemã”, explica o professor Frederik Schulze, autor do artigo “À procura de um fantasma”.
A Revista de História promoverá ainda um debate sobre a imigração alemã no Brasil no dia 18 de março, às 16h, no auditório Machado de Assis da Biblioteca Nacional, no Rio de Janeiro. Participarão Joana D’Arc do Valle Bahia (Professora da UERJ), Luis Edmundo de Souza Moraes (Professor da UFRRJ) e Giralda Seyferth (Professora de antropologia da UFRJ).
Publicada pela Sociedade de Amigos da Biblioteca Nacional (SABIN), a Revista de História da Biblioteca Nacional é vendida nas bancas de todo o País e tem 110 mil exemplares distribuídos mensalmente para todas as escolas públicas do Brasil. Há oito anos a publicação conta com o patrocínio da Petrobras.