Acontece nesta terça-feira (30), no MIS – Museu de Imagem e Som, em São Paulo, uma mostra de cinema que reúne 14 dos filmes do diretor alemão Werner Schroeter. A retrospectiva faz parte de programação oficial da Temporada Alemanha + Brasil 2013-2014.
Werner Schroeter começou sua carreira no movimento cinematográfico dos anos 60 e 70, o Novo Cinema Alemão, e sua obra é caracterizada por uma linguagem cinematográfica única. O amante de óperas trabalhou com imagens estilizadas e iconográficas, opulentas e expressionistas. Até a sua morte, em 2010, seus filmes fizeram parte de todos os grandes festivais internacionais. Schroeter trabalhou com grandes atrizes como Isabel Huppert, Carole Bouquet, Ingrid Caven e Magdalena Montezuma.
“Você faz, ou você não faz” disse Werner Schroeter em uma entrevista para o jornal alemão Berliner Zeitung, resumindo em poucas palavras a ideia básica do chamado Novo Cinema Alemão. Foi com esse espírito que os grandes mestres do Novo Cinema Alemão (Herzog, Fassbinder, Wenders, Schlöndorff – e Werner Schroeter) começaram.
Naquela época, o movimento pretendia distanciar o cinema da perspectiva de investimento e retorno financeiro e garantir o máximo de liberdade ao cineasta. Os filmes não deveriam mais apenas entreter o público, mas provocar um debate sobre questões sociais e políticas. Especialmente nos primeiros anos, foram realizadas muitas produções de baixo orçamento, muitas vezes movidas somente pelo idealismo e pela convicção dos cineastas e de suas equipes.
Werner Schroeter nasceu em 1945, na Alemanha. Nos anos 60, começou a fazer cinema de forma autodidata com filmes experimentais em super 8 e 16mm. Seu primeiro longa-metragem, “Eika Katappa”, de 1969, despertou o interesse da crítica e do público. Em 1972, com “A morte de Maria Malibran”, Schroeter participou da Documenta de Kassel.
A partir dos anos 70, paralelamente às suas produções para o cinema, Schroeter passou a encenar espetáculos de ópera e de teatro, tanto na Alemanha quanto em palcos internacionais.
