O governo alemão divulgou na última terça-feira (22) o relatório sobre drogas e vícios de 2012. O estudo oferece uma ampla visão sobre a atuação da Alemanha nessa questão, relatando ainda as atividades nos estados, municípios e associações.
Segundo o levantamento, o número de jovens viciados diminuiu em alguns casos e aumentou em outros. “Em muitos aspectos, as diretrizes para diminuição dos vícios em geral e consumo de drogas mostraram efeito. Apesar disso, existem grupos com consumo elevado ou em situação de risco que ainda precisam ser alcançados por tais iniciativas”, afirma a delegada do Departamento de Drogas do Governo Federal Alemão, Mechthild Dyckmans.
A fatia da população adolescente que usa tabaco atingiu, em janeiro de 2011, o seu menor patamar, chegando a 12% para jovens entre 12 e 17 anos. O consumo regular de bebidas alcoólicas nessa faixa etária também registrou índices decrescentes – em 2001, o percentual era de 17,9%, e em 2011, passou para 14,2%. Outro dado que segue essa tendência é o de adolescentes e jovens adultos (18 a 25 anos) que afirmaram já ter experimentado maconha ao menos uma vez na vida: de 15,1% em 2004, caiu para 6,7% em 2011.
Na contramão desses indicadores, a pesquisa revela que o consumo exagerado de bebidas entre os adolescentes continua se difundindo. Por consequência, as internações por problemas com álcool aumentaram. No grupo de jovens adultos, o consumo regular de álcool se mantém estável, mas alto, próximo a 40% nessa faixa etária desde 2001.
A prática de jogos de azar também teve forte acentuação entre ambos os grupos pesquisados, o que indica um alto risco de vício nessa atividade. Sobre esse tema, Dyckmans propõe uma iniciativa drástica: a redução dos números de máquinas caça-níquel nos bares do país.
“Precisamos ajustar nossas diretrizes para a prevenção de grupos de risco. A prevenção só é eficaz quando alcança também as pessoas já afetadas pelo problema. Para isso precisamos de ajuda. A estratégia nacional para a política contra as drogas e os vícios fica estagnada aí. É preciso estabelecer mais etapas para efetivar a sua realização“, disse a representante do Departamento de Drogas.
Por fim, um aumento expressivo foi apontado no uso excessivo ou patológico de jogos de computador e navegação na internet. Cerca de 250 mil pessoas entre 14 e 25 anos são dependentes da internet e 1,4 milhões são considerados usuários problemáticos. “Nós queremos melhorar não só os dados sobre esse tipo de vício, mas também o esclarecimento da população sobre a utilização responsável do computador e da internet. Assim, conseguimos ofertar uma ajuda mais qualificada”, explica Dyckmans. “Precisamos encontrar caminhos para que as pessoas mais velhas e com problemas de dependência também possam ser alcançadas mais efetivamente pelo sistema de ajuda a adictos”, completa.