A vitória de Dilma Rousseff na eleição presidencial brasileira repercutiu na imprensa alemã com inevitáveis comparações ao atual governo. As reportagens dos principais veículos do país, publicadas após o pleito deste domingo (31), afirmaram que Dilma deverá dar continuidade à política-econômica de Lula.
A revista Der Spiegel destacou, em seu site, que a presidente eleita “não tem o carisma de seu mentor, Lula, mas possui uma mensagem clara: com uma política conservadora, ela quer impulsionar ainda mais a expansão da economia e acabar com a miséria em algumas partes do país”.
Para o jornal econômico Handelsblatt, Dilma terá muito trabalho pela frente. “Ela precisa reduzir os gastos do governo sem sufocar o crescimento e sem deixar de lado os seus apoiadores. O que está claro é ela continuará o curso da esquerda moderada de Lula, seu padrinho político”.
Menos otimista, o Financial Times da Alemanha publicou uma manchete anunciando que Dilma deverá desapontar seus eleitores. “Os brasileiros querem que Dilma deixe tudo como está. Mas esse favor a ex-guerrilheira não poderá fazer ao povo”, afirma o jornal. Segundo a reportagem, para manter o ritmo de crescimento econômico do Brasil, a nova presidente terá de reduzir a intervenção do Estado e diminuir os tributos para criar mais empregos no setor privado.
A Chanceler Angela Merkel enviou um comunicado à primeira mulher eleita presidente do Brasil, parabenizando pela vitória e reafirmando o longo e “amistoso” relacionamento entre os dois países. “Seria um prazer recebê-la em breve como minha convidada na Alemanha”, disse Merkel.