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14 de março de 2025

Perspectivas 2025: CEOs compartilham desafios e oportunidades para a indústria alemã no Brasil

Por Mariana Teixeira

Câmara Brasil-Alemanha e PwC apresentam resultados de pesquisa com foco nas empresas alemãs com painel de discussão entre CEOs

 

Foto: Ruy Hizatugu

Otimismo cauteloso, parcerias para inovação e foco em oportunidades. Essas foram algumas das principais mensagens extraídas do evento Perspectivas 2025: Visão da Indústria Alemã, promovido na última quinta-feira (13) pela Câmara Brasil-Alemanha de São Paulo (AHK São Paulo) com o patrocínio da empresa Deutsche Telekom.

Reunindo 110 participantes, o evento apresentou de forma inédita os resultados da 28ª CEO Survey, pesquisa realizada pela PwC. A partir de um recorte específico das respostas das empresas associadas à Câmara, foram discutidas as perspectivas das companhias alemãs no Brasil para 2025, bem como as tendências que CEOs e Presidentes apontam como essenciais nos próximos anos.

Paulo Alvarenga, Presidente da AHK São Paulo e CEO da ThyssenKrupp para América do Sul, e Barbara Konner, Vice-Presidente Executiva da instituição, foram responsáveis pela abertura do evento. “Estamos vivendo um momento de destaque para o Brasil. Em 2024, realçamos a atuação da indústria alemã no Brasil durante o B20; este ano, seguiremos demonstrando a força de nossas empresas juntas no âmbito da COP30. Certamente, os resultados que apresentaremos aqui serão norteadores para nossas atividades”, disse Alvarenga, reforçando a importância do evento e o impacto positivo que a indústria e a economia alemã têm no Brasil.

Em seguida, Geovani Fagunde, Sócio da PwC, e Marcelo Cioffi, Sócio Líder de Markets na PwC, apresentaram os resultados da CEO Survey com foco no recorte para as empresas alemãs no Brasil e a comparação com os resultados globais anteriormente apresentados no Fórum Mundial de Davos. “Queremos provocar vocês a pensarem um pouco em como utilizar as repostas como estratégia nos próximos ciclos”, Cioffi afirmou.

Cioffi destacou as expectativas positivas e novas ameaças, que surgem no cenário global. “Pela primeira vez na série, a baixa qualificação de mão de obra é número um no Brasil. É a primeira vez que, para o CEO brasileiro, isso chega ao topo. A instabilidade econômica e inflação ainda são relevantes para os CEOs e a ameaça cibernética começa a surgir como preocupação”, revelou.

Tema bastante presente no levantamento, a reinvenção estratégica se mostrou uma pauta importante. Antes impermeáveis, as fronteiras setoriais vêm sofrendo uma reconfiguração crescente: 33% dos CEOs das empresas que compõem o ecossistema de negócios Brasil-Alemanha afirmam que suas empresas já começaram a competir em pelo menos um novo setor da economia nos últimos cinco anos.

Neste contexto, Cioffi reforçou a necessidade de buscar novas bases de clientes, investir em inovação e fazer parcerias. “A simbiose entre empresas é um grande investimento em inovação, pois a colaboração permite explorar a capacidade de olhar além e criar novas soluções.”

Outro ponto de destaque no levantamento foi a necessidade de investimentos em questões climáticas. “Cerca de 30% das empresas alemãs afirmaram que o investimento climático não gerou um aumento de custo. Ou seja, vale a pena investir em temas climáticos, seja para se diferenciar ou para se proteger”, reforçou Cioffi.

Para dar continuidade à discussão, cinco CEOs de empresas associadas à Câmara Brasil-Alemanha foram convidados para um painel de discussão com o objetivo de compartilhar suas perspectivas a partir dos pontos destacados no levantamento. Conduzido pela jornalista da TV Globo Letícia Vidica, o momento contou com a participação de Antonio Lemos, da Voith Paper; Lazaro Silva, da Liebherr Brasil; Márcio Santos, da Bayer; Michael Bauer, da GROB e Pablo Guaita, da Deutsche Telekom.

Em relação ao crescimento e fortalecimento das relações econômica entre Brasil e Alemanha, Lazaro Silva, destacou a grande oportunidade para a indústria brasileira. “Eu vejo essa retomada da aproximação entre ambos os países como uma oportunidade de fornecer e exportar mais maquinários, desde que a gente consiga garantir as condições de competitividade para a indústria brasileira”, ao que Antônio Lemos completou: “o Brasil ainda tem muito a produzir e crescer.”

Márcio Santos adicionou que as oportunidades de crescimento do setor de saúde e principalmente da agricultura se alinham com cautela ao otimismo do estudo. “Com o investimento certo na transição energética, o Brasil sairá na frente de todos os países; e o agronegócio é essencial para isso. Hoje, a cana de açúcar já produz mais energia do que todas as hidrelétricas no País; isso demonstra a força do agro”, reforçou.

A reinvenção estratégica foi destacada pela necessidade de novas soluções e logística para atender às demandas mundiais de sustentabilidade. “Quando falamos sobre os produtos, o destaque vai para a descarbonização”, disse Silva, reforçando a importância de proatividade das empresas na busca de soluções para os desafios enfrentados com as mudanças climáticas.

Pablo Guaita também reforçou a importância do trabalho em conjunto das empresas, para a busca pela mudança e inovação: “A inovação é a base da reinvenção e o nosso trabalho em conjunto consegue habilitar a aceleração em busca dessa mudança”.

Toda essa mudança estratégica esbarra em um importante desafio enfrentado pelas companhias brasileiras: a falta de mão de obra qualificada. No painel, os CEOs expressaram suas preocupações, mas expuseram também as ações que companhias podem tomar a fim de solucionar a questão. A GROB, por exemplo, conta com um curso de mecatrônica em parceria com o SENAI, que forma cerca de 35 alunos anualmente. “Em torno de 40% dos nossos funcionários são ex-alunos da nossa própria escola. Hoje, nós temos também uma turma de mecatrônica no Brasil sendo formada para ir a Alemanha”, compartilhou Michael Bauer.

Para Guaita, o trabalho conjunto entre as empresas é a chave para garantir o crescimento de ambos os países. “Trabalhando juntos, com o mesmo DNA, conseguimos construir uma rede de valor de inovação. Isso não é simplesmente uma possibilidade de crescer os negócios, mas uma responsabilidade de crescer o Brasil”, concluiu.

Os resultados da pesquisa completa estão disponíveis aqui.

Acesse aqui os resultados do recorte específico do ecossistema de negócios Brasil-Alemanha

 

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