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24 de outubro de 2025

Pesquisa com participação do Hospital Alemão Oswaldo Cruz revela que educação em saúde favorece tratamento da hipertensão

Por Redação Brasil-Alemanha News

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Foto: Divulgação/Hospital Alemão Oswaldo Cruz

Um novo recorte do estudo internacional PURE (Prospective Urban Rural Epidemiology), publicado em julho no European Journal of Preventive Cardiology, mostra que o conhecimento em saúde é um fator decisivo para a adoção de comportamentos cardiovasculares saudáveis, como cessar o tabagismo e utilizar medicações para hipertensão. A pesquisa contou com a coautoria do cardiologista Prof. Dr. Álvaro Avezum, head do Centro Especializado em Cardiologia diretor do Centro Internacional de Pesquisa do Hospital Alemão Oswaldo Cruz.

Os resultados revelam que pessoas que sabiam dos riscos do cigarro para doenças cardiovasculares tinham até 70% mais chances de abandonar o hábito, enquanto o entendimento sobre ações preventivas, como reduzir sal e gordura na alimentação e praticar exercícios físicos, foi associado a uma probabilidade até 2,6 vezes maior de adesão ao tratamento contra hipertensão.

O PURE acompanha mais de 250 mil participantes em 27 países, incluindo 25 mil na América do Sul, entre eles o Brasil, e abrange adultos de 35 a 70 anos, residentes em comunidades urbanas e rurais, com um seguimento médio de 15 anos até o momento. Trata-se de uma das maiores e mais longas investigações epidemiológicas globais sobre fatores de risco e desfechos de doenças crônicas em diferentes contextos socioeconômicos.

Esse recorte específico considerou dados de 12.962 adultos entre 35 e 70 anos, em 21 países, incluindo o Brasil, sendo quase metade mulheres, 43% com escolaridade até o primário e 53% de países de baixa ou média-baixa renda.

Para entender como o conhecimento influencia comportamentos, os pesquisadores aplicaram dois questionários aos participantes do estudo: um avaliando quanto eles sabiam sobre os efeitos do tabagismo em doenças como infarto e AVC, e outro sobre o conhecimento de ações que ajudam a prevenir esses problemas, como alimentação saudável e prática de exercícios.

As respostas foram convertidas em escores de conhecimento (baixo, médio ou alto) e cruzadas com informações sobre hábitos reais dessas pessoas, como se haviam parado de fumar ou se faziam uso de medicamentos para o controle da hipertensão. A análise considerou ainda fatores como escolaridade, renda e contexto socioeconômico das comunidades.

O estudo apontou que entre fumantes e ex-fumantes, compreender os riscos do cigarro aumentou em até 70% as chances de abandonar o hábito. O conhecimento sobre a importância de reduzir o consumo de sal e gordura, além da prática regular de atividade física, também esteve associado a uma maior adesão ao tratamento da hipertensão. Pessoas com maior escore de conhecimento em saúde mostraram-se mais propensas a adotar comportamentos saudáveis: 50,7% deixaram de fumar e 19,4% faziam uso de medicação, contra 38,6% e 10,4% entre aqueles com menor nível de conhecimento, respectivamente. Mesmo após ajustes para escolaridade e renda, o conhecimento em saúde manteve-se como um fator determinante, sobretudo em países de baixa e média renda.

“Ao mostrar que o conhecimento influencia diretamente comportamentos como parar de fumar ou aderir ao tratamento para pressão alta, o estudo evidencia a importância da educação em saúde como estratégia de prevenção em larga escala”, afirma o cardiologista.

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