Especialistas de quatro órgãos federais da Alemanha estimam que as chuvas fortes, o derretimento rápido de neve e as inundações como as que o país enfrentou no ano passado se tornarão cada vez mais frequentes a partir de 2040.
A previsão faz parte do estudo “Eventos climáticos extremos como consequência do aquecimento global”, realizado em conjunto pelo Serviço Federal de Proteção Civil e Assistência a Desastres (BBK), Socorro Técnico (THW), Agência Federal do Meio Ambiente (UBA) e pelo Serviço de Meteorologia Alemão (DWD) para investigar os desdobramentos das mudanças climáticas e prever quando eles acontecerão.
“A quantidade de chuvas torrenciais deve dobrar nos próximos 30 anos entre os meses de dezembro e fevereiro em regiões próximas à costa”, afirma o vice-presidente do DWD, Paul Becker.
Para os meses de verão há dois prognósticos diferentes: as chuvas devem aumentar 50% na maior parte da Alemanha, mas diminuir em algumas partes do nordeste do país, o que poderia acarretar em secas e riscos de incêndios nas florestas.
Jochen Flasbarth, presidente da UBA, alerta para os prejuízos que inundações podem trazer para o abastecimento de água e energia no país, além de transtornos nos transportes. Ele afirma que o governo deve adotar medidas diferentes para lidar com os desastres em cada região, já que seus impactos vão ser diferentes em cada uma delas.
Flasbarth sugere que as pavimentações sejam adaptadas para as condições meteorológicas extremas e que os agricultores trabalhem contra a erosão do solo, usando técnicas de conservação e cobertura do mesmo durante o ano todo.
Lidando com as adversidades
A Alemanha já possui um sistema de proteção civil eficiente, que avisa a população antecipadamente sobre os riscos de catástrofes, para que ela possa procurar ajuda a tempo. Para o presidente do BBK, Christoph Unger, é importante educar os cidadãos alemães para que eles sejam capazes de viver, por exemplo, sem eletricidade por uma ou duas semanas.
Desde 2008, o governo alemão tem uma estratégia de adequação às mudanças climáticas, que visa preparar o país para lidar com ecossistemas diferentes no futuro. Ainda esse ano, o programa deve ser ampliado.