Começou a funcionar na cidade de Straubing, na Baviera, uma planta-piloto para a produção de bioetanol a partir da palha de insumos agrícolas como o trigo ou o milho. O Ministério de Educação e Pesquisa da Alemanha (BMBF, na sigla em alemão), é responsável pelo financiamento de € 5 milhões para o projeto (que tem um custo total de € 28 milhões), mesmo valor fornecido pelo Governo do Estado da Baviera.
A construção da usina para a produção de biocombustível faz parte da revolução energética que a Alemanha está promovendo, medida que inclui o fechamento de todas as estações nucleares e o aumento da participação das fontes renováveis no total de energia produzida para 33% até 2022.
De acordo com o BMBF, o uso de resíduos agrícolas para a produção de etanol deveria ser expandido por todo o país, pois evita conflitos relacionados ao dilema entre desenvolver os biocombustíveis ou priorizar o abastecimento de alimentos, questão que está impulsionando as pesquisas e desenvolvimentos científicos alemães voltados para a utilização de plantas ou partes de plantas não comestíveis para a geração de energia.
A fábrica, que é operada pela companhia química Süd-Chemie AG, do grupo Clariant, pretende refinar 4,5 mil toneladas de palha em mil toneladas de bioetanol por ano, utilizando um processo de transformação biológica com a ajuda de enzimas e microorganismos. A empresa iniciou sua produção de biocombustíveis a partir de resíduos agrícolas em 2009 e desenvolveu a tecnologia Sunliquid, que está sendo utilizada na planta de Straubing.
O processo que utiliza o Sunliquid envolve a quebra de partes da planta que contêm celulose em açúcares por meio de uma conversão enzimática. Assim, o etanol é produzido através da fermentação, em um processo semelhante ao da produção de cerveja. Além da celulose, a produção também é capaz de converter hemicelulose em etanol e, assim, aumentar o rendimento em 50%.
Segundo a companhia, a substituição dos combustíveis fósseis como o petróleo ou o gás natural pode cortar emissões de gases de efeito estufa em até 95%.
Para o BMBF, a construção da planta-piloto “representa um passo importante para que se acredite na construção de plantas que utilizem resíduos agrícolas para produzir bioetanol em escala industrial. Além disso, acreditamos que o conhecimento adquirido através da pesquisa e desenvolvimento veiculados a essa fábrica possa servir de base para as instalações futuras”.