A alemã Allianz entrevistou Maximilian Zimmerer, membro do conselho administrativo da empresa, sobre as implicações da nova reforma do Ato de Energias Renováveis (EEG, na sigla em alemão). De acordo com o executivo, mesmo que 74% da energia na Alemanha seja gerada por meio de fontes limpas, isso não significa que a revolução energética esteja concluída.
“Em média, ainda estamos recebendo três quartos da nossa eletricidade por meio de combustíveis fósseis, como carvão e gás. O consumo do carvão barato está atualmente em ascensão, o que significa que as emissões de gases de efeito estufa que fazem mal ao clima estão, na verdade, crescendo novamente. Isso está longe de ser um sinal de sucesso”, afirma Zimmerer. Ele ainda defende que também é necessário levar em consideração os setores de aquecimento e transporte, a fim de que o consumo doméstico de energia seja reduzido.
Segundo a Allianz, a companhia investiu cerca de € 2 bilhões em energias renováveis. A empresa tem parques eólicos e de energia solar na Alemanha, França, Itália e Suécia. Apesar disso, os regulamentos em relação ao meio ambiente (as decisões tomadas pelos políticos) representam um dos maiores riscos para os investidores no setor. Como resultado, isso levou a Allianz a buscar uma estratégia de diversificação que abrange vários países e diferentes tipos de tecnologia.
Além disso, Zimmerer aponta que a Alemanha está competindo por investidores, interessados em mercados com condições atraentes, o que não se aplica a iniciativas de cidadãos locais, que precisam garantir a atratividade de seus projetos energéticos, a fim de coloca-los em prática. Entretanto, o sucesso da revolução energética, segundo o executivo, deve-se também ao comprometimento dos que residem no país.
A empresa afirma que, até agora, o fornecimento de energia na Alemanha tem sido estável. Mesmo daqui 20 anos, o país ainda terá que produzir cerca de 40% da eletricidade local por meio de carvão e gás. Mas, a forma com que o mercado está trabalhando hoje significa que o rendimento desse tipo de geração energética muitas vezes não é suficiente para cobrir os custos.