O Solar Impulse, avião suíço movido a energia solar, pousou na cidade de Rabat, no Marrocos, na noite desta terça-feira (5), completando sua primeira viagem intercontinental. A aeronave saiu de Madri, na Espanha, na madrugada de terça, e chegou no continente africano após pouco mais de 19 horas de voo. Essa foi a segunda etapa da viagem, que começou em Payerne, na Suíça, no último dia 24 de maio.
“À parte as razões técnicas e políticas por trás da decisão de voar para o Marrocos, o simples sobrevoo do Estreito de Gibraltar foi um momento mágico, e representa um dos pontos altos da minha carreira como aeronauta”, declarou o suíço Bertrand Piccard, um dos idealizadores do Solar Impulse, ao colocar os pés na pista do aeroporto de Rabat-Salé, após pilotar a aeronave desde Madri.
“Esse voo marca um novo estágio na história do projeto, porque nós alcançamos um outro continente. Isso é extraordinário e representa um aumento de confiança nas novas tecnologias”, destacou André Borschberg, o outro criador do projeto, que pilotou o Solar Impulse de Payerne a Madri. A aeronave já havia feito uma primeira experiência no ano passado, mas apenas dentro do continente europeu, realizando um voo-teste da Suíça para a França e a Bélgica.
A viagem do Solar Impulse coincide com o início das obras de construção da maior usina de energia solar já vista no mundo, na região de Ouarzazate, no Marrocos. A Agência Marroquina para Energia Solar, que recepcionou os pilotos no país, lidera a implantação de um Plano Solar Integrado Marroquino, que deve gerar, em 2020, um total de 2 mil MW e evitar a emissão de 3,7 milhões de toneladas de CO2.
“Nós estamos encantados em sermos anfitriões dessa première no Marrocos e muito satisfeitos com a presença de toda a equipe do Solar Impulse. Nós também estamos muito agradecidos a cada parceiro que tornou esse acontecimento possível”, afirmou o presidente da Agência Marroquina para Energia Solar, Mustapha Bakkoury.
O 1º voo intercontinental do Solar Impulse servirá de teste para o objetivo de dar a volta ao mundo utilizando somente energia solar, em 2014.
O projeto conta com a parceria da Bayer MaterialScience, que contribuiu com a expertise técnica, com polímeros de alta tecnologia e materiais leves de armazenamento de energia.