O Brasil é um grande produtor de biomassa, álcool, açúcar, óleos vegetais, celulose, entre outras matérias-primas de origem natural que podem ser transformadas em produtos químicos. Por isso, representantes da Associação Brasileira da Indústria Química (Abiquim) afirmam que o País tem potencial para se tornar líder mundial em química renovável, a chamada química verde.
De acordo com estimativas da Associação, na próxima década o segmento representará pelo menos 10% da oferta de produtos petroquímicos, e o Brasil poderá deter uma boa fatia desse montante se investir em pesquisa e no desenvolvimento de tecnologias nessa área.
Esse é um dos objetivos do Pacto Nacional da Indústria Química, desenvolvido pela Abiquim em conjunto com empresas do setor, para identificar no crescimento econômico brasileiro oportunidades de desenvolvimento do segmento no País até 2020.
Do total de aportes (US$ 167 bilhões) previstos para o setor pelo Pacto, US$ 20 bilhões serão destinados às usinas (equipamentos) e à produção de químicos renováveis.
A principal aposta é o investimento na produção de biomassa produzida a partir do bagaço da cana-de-açúcar, cuja produção deve saltar dos atuais 7 milhões para 9 milhões de hectares. Cerca de 30% deste montante deverá ser investido diretamente na agricultura (cana-de-açúcar) e outros 30% na produção de energia.
Entre os produtos químicos alinhados ao conceito de sustentabilidade que já são oferecidos no mercado destacam-se tintas que utilizam água como solvente, gases fluorados (utilizados no ar-condicionado) que ajudam na economia de energia, fibra de carbono utilizada na fabricação de turbinas eólicas, plástico verde (produzido a partir do etanol de cana-de-açúcar), biodiesel, entre outros.