Representantes de 194 países concordaram ontem (11), em Durban, na África do Sul, com a renovação do Protocolo de Kyoto, pelo menos até 2017. O segundo período do tratado que obriga legalmente a redução das emissões de gases poluentes deverá entrar em vigor no início de 2013, mas não contará com a participação da Rússia, Japão e Canadá. A decisão foi resultado da 17ª Conferência do Clima da ONU, a COP-17, que aconteceu desde 29 de novembro e terminou na manhã deste domingo, com 36 horas de atraso.
Para os participantes, a renovação do tratado de Kyoto também representa o início de um processo com força legal, cujo resultado será um novo pacto global sobre o clima, a entrar em vigor a partir de 2020.
Além da prorrogação do Protocolo de Kyoto, também ficou estabelecida a estrutura do Fundo Verde do Clima, criado para financiar ações de combate às mudanças climáticas. No penúltimo dia da Conferência, a Alemanha e a Dinamarca já haviam se comprometido com a doação de € 40 milhões e € 15 milhões, respectivamente, para o fundo.
Na opinião de muitos ambientalistas, o progresso realizado durante o encontro é modesto e as decisões não afastam o planeta da trajetória desastrosa prevista por cientistas, ou seja, de um aquecimento global entre 3,5°C e 5ºC acima dos níveis pré-industriais e também bem acima dos 2ºC recomendados por especialistas.
Ainda, conforme informação da Agência Brasil, alguns ambientalistas consideraram o resultado muito pior do que o esperado. Sarah-Jayne Clifton, da organização Amigos da Terra Internacional, criticou o resultado e afirmou que os países desenvolvidos, liderados pelos Estados Unidos, "renegaram suas promessas e enfraqueceram as regras sobre ações climáticas, fortalecendo aqueles que permitem às suas corporações lucrarem com a crise do clima".
Reações no Brasil e Alemanha
No Brasil, bem como na Alemanha, o resultado da Conferência foi bem recebido por seus representantes do Ministério do Meio Ambiente.
Para a ministra brasileira, Izabella Teixeira, o encontro teve um "desfecho histórico", enquanto o ministro alemão, Norbert Röttgen, considerou o pacote aprovado em Durban como "um grande sucesso que aponta o caminho para proteção climática global”.
Röttgen também se mostrou otimista quanto à criação de um novo marco legal que inclua todos os países. "Agora temos o fundamento e a dinâmica para um acordo internacional de proteção contra as mudanças climáticas, que pela primeira vez será válido para todos os países", ressaltou.