O valor das construções com projetos registrados para receber a certificação de obra sustentável, os chamados prédios “verdes”, alcançou, em 2012, 8,3% do total do PIB de edificações – subdivisão do PIB da construção civil que exclui obras de infraestrutura. Em 2010, os prédios “verdes” não ultrapassavam 3% do PIB setorial. O valor total dos imóveis que reivindicam o selo sustentável atingiu R$ 13,6 bilhões no ano passado, em comparação com um PIB de edificações de R$ 163 bilhões no mesmo período, segundo estudo realizado pela EY (antiga Ernst & Young) a pedido da GCB Brasil (Green Building Council). A pesquisa levou em conta projetos registrados para o selo LEED (Leadership in Energy and Enviromental Design), concedido pela organização americana Green Building Council.
Para Luiz Iamamoto, gerente sênior da EY, a busca pela certificação LEED está presente em cada vez mais segmentos (como escolas, hospitais, estádios e edificações comerciais, entre outros), e até fundos imobiliários têm incluído o selo como exigência para receber investimentos, o que vem impulsionando o mercado de construções verdes.
“Percebemos que a certificação LEED desperta interesse dos investidores, principalmente em empreendimentos comerciais de alto padrão. Quando os projetos certificados começaram a ser comprados, as construtoras viam esse tipo de investimento como custo adicional. Hoje já entendem que o investimento feito a curto prazo pode até ser mais alto, mas ele é recuperado na velocidade de venda das unidades, além de reduzir em até 10% os gastos em um condomínio, em razão de projetos de eficiência energética e reuso de água”, pondera o executivo.
Segundo a EY, apesar do desempenho errático da economia nos últimos seis anos, todos os segmentos da construção apresentaram taxas elevadas de crescimento entre 2007 e 2010. O segmento de edificações foi um dos destaques, com o PIB passando de R$ 139 bilhões, em 2010, para R$ 163 bilhões, no ano passado.
A certificação LEED, conforme a empresa de pesquisas, tem mostrado que agrega valor às construções ampliando a atratividade para a mercado imobiliário corporativo – principalmente por reduzir riscos operacionais e de investimento. Hoje, o Brasil ocupa o 4º lugar no ranking mundial de construções sustentáveis, e logo deverá alcançar a terceira posição, desbancando os Emirados Árabes e ficando atrás somente de EUA e China.