Emissões globais de CO2 batem recorde em 2011

No ano passado, foram emitidas globalmente 31,6 gigatoneladas de dióxido de carbono, CO2, de acordo com as estimativas da Agência Internacional de Energia (IEA, na sigla em inglês).

Segundo os dados do relatório “World Energy Outlook 2011”, divulgado nesta quinta-feira (24), o valor é o mais alto já registrado e representa um aumento de 3,2 % sobre o emitido em 2010.

A queima do carvão responde por 45% do total das emissões do período, seguida pela queima do petróleo (35%) e pela queima do gás natural (20%).

Os países que não fazem parte da OCDE – Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico, foram responsáveis por um aumento de 6,1% nas emissões de CO2. Enquanto isso, os países-membros da organização, nações consideradas desenvolvidas ou com alto rendimento econômico, reduziram em 0,6% suas emissões.

A China, que atualmente é o país que mais polui no mundo, emitiu 720 milhões de toneladas de dióxido de carbono, respondendo a 9,3% do total de 2011. O valor, segundo a IEA, se deve ao crescimento do consumo de carvão na região.

Já nos Estados Unidos (EUA), segundo maior emissor de CO2, as emissões diminuíram em 92 milhões de toneladas em relação a 2010, devido à substituição do carvão por gás natural na produção de energia.

Desde 2006, os EUA diminuíram 7,7% de suas emissões, o correspondente a 430 milhões de toneladas de CO2, sobretudo por causa da queda do uso de petróleo no segmento de transporte, motivada pelos investimentos em outros tipos de combustíveis renováveis e pelo aumento do preço do petróleo.

Na União Europeia, que está atrás dos EUA na lista dos principais emissores, a queda das emissões chegou a 69 milhões de toneladas, 1,9% a menos do que em 2010, devido ao crescimento econômico estagnado e à produção industrial lenta no bloco, afetado pela crise.

Em contrapartida, a Índia, quarta emissora mundial, emitiu 140 milhões de toneladas de dióxido de carbono em 2011, 8,7% a mais que 2010, ultrapassando a Rússia.

O Japão também registrou um aumento de 28 milhões de toneladas de CO2. Para a IEA, o motivo principal se deve à intensificação do uso de combustíveis fósseis na produção do país, após o acidente na usina nuclear de Fukushima, ocorrido em março de 2011.

Segundo a IEA, para limitar o aumento da temperatura média global a 2°C, as emissões não devem ultrapassar o volume de 32,6 gigatoneladas até 2017, ou seja, apenas 1 gigatonelada a mais do que o nível obtido em 2011.

SXC
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