As energias renováveis são a grande aposta do banco de fomento do Governo alemão KfW no Brasil para o presente e para os próximos anos. Embora considerado incipiente no País, o segmento já absorve 53% do total de € 301,4 milhões em financiamentos concedidos em 2009, segundo Karim ould Chih, Gestor Sênior de Projetos do KfW. As perspectivas de crescimento são boas e as ideias, inovadoras. O objetivo, afirma ould Chih, é “aumentar o volume de financiamentos e cooperar com novos parceiros”.
O banco está disponibilizando cerca de € 40 milhões com fundos do Ministério Alemão de Cooperação Econômica e Desenvolvimento (BMZ) para o financiamento do projeto “Copa Solar 2014 Brasil”, em fase de planejamento. A verba, concedida por meio do BNDES, será empregada na implantação de telhados solares que geram energia elétrica em estádios de futebol, hotéis e até aeroportos, para a Copa do Mundo de 2014.
Copa limpa
Em Minas Gerais, os planos de construção de uma usina solar fotovoltaica nos estádios Mineirão e Mineirinho já estão mais avançados. Toda a energia gerada será destinada à rede de distribuição da Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig), que poderá abastecer a até 1,5 mil residências. O KfW, com fundos do BMZ, será responsável pelo financiamento de € 10 milhões para o projeto, a crédito subsidiado.
Outros seis estádios brasileiros estão discutindo a utilização der tecnologias semelhantes, inclusive o Maracanã, com possível financiamento do banco alemão, de acordo com o Gestor do KfW.
Solar
Além das oportunidades geradas pelos megaeventos esportivos, os financiamentos destinados às energias renováveis incluem pequenas centrais hidrelétricas e parques eólicos, alguns dos quais já ativos. Em Santa Catarina, o banco alemão, com fundos do Ministério Alemão do Meio Ambiente, financia € 2,8 milhões para o projeto 1MW Solar, da Eletrosul, que deverá entrar em operação até o final do próximo ano. Outros parceiros do projeto são o Instituto IDEAL e a agência de cooperação técnica alemã GTZ.
Com custo total de cerca de € 6 milhões, o 1 MW Solar irá gerar energia suficiente para atender a 680 residências padrão, afirma Tomé Aumary Gregório, Assistente Executivo da Diretoria de Gestão Administrativa e Financeira da Eletrosul. A energia limpa produzida será conectada à rede da companhia Centrais Elétricas de Santa Catarina (Celesc) e comercializada no mercado livre.
A interligação da energia solar à rede elétrica representa um avanço para a expansão desse tipo de energia em grandes cidades, além de ser uma perspectiva positiva do ponto de vista ambiental. Espera-se agora que projetos como esse se tornem mais viáveis e se multipliquem. O preço das placas deve contribuir para isso, conforme Karim ould Chih. “As placas fotovoltaicas ficando mais baratas, com preço caindo cerca de 5-10% ao ano”, destaca.