O setor de tecnologia limpa precisa se familiarizar com novas formas de captação de recursos para aproveitar seu potencial de crescimento, sobretudo em países emergentes que prometem grande demanda de energia nos próximos anos. Essa é a principal conclusão do relatório The Cleantech Growth Journey, elaborado pela Ernst & Young.
O levantamento da multinacional de auditoria e consultoria mostra que as principais fontes de capital mudaram em relação às últimas décadas. Se os aportes de Venture Capital despontavam como o principal caminho de financiamento para projetos em tecnologia limpa no mundo, hoje, a sensação do mercado é de que o retorno dos investimentos é lento e incerto, principalmente porque as empresas têm de lidar com leis e regulamentações que ainda estão em criação ou aprimoramento.
Já os incentivos governamentais estão sendo reduzidos ou até eliminados em países desenvolvidos. Por outro lado, no Brasil, cerca de 90% dos projetos de tecnologia limpa são financiados pelo BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), com taxas de retorno cada vez mais apertadas, tornando o cenário de investimento cada vez mais desafiador aos investidores privado. Com as tarifas de energia também reduzidas, as empresas passam a considerar transações corporativas (fusões e aquisições) e parcerias para consolidar o mercado e assim, tornar os negócios mais rentáveis e competitivos, com ganhos de escala.
Ainda segundo o relatório, o grande propulsor do setor serão os países de rápido crescimento na África, Ásia e América Latina. A China é o destaque, tendo atraído US$ 68 bilhões para energia renovável só em 2012. Já o Brasil é o país latino-americano com mais aporte em projetos de energia renovável. O País está em 11º lugar no ranking geral de atratividade de investimentos, à frente de México (20º), Chile (36º) e Argentina (39º), e também da África do Sul (16º lugar).
“Nesses mercados, a classe média vem crescendo gradativamente e passado a consumir mais energia, ao mesmo tempo que se mostra preocupada com o meio ambiente e demandando soluções sustentáveis”, comenta Scott Sarazen, líder global de mercado de Cleantech da Ernst & Young.