A MAN Latin America e a Companhia Municipal de Limpeza Urbana (Comlurb) do Rio de Janeiro vão colocar em teste, nas ruas da capital fluminense, o primeiro caminhão híbrido a operar na coleta de lixo no Brasil.
De acordo com a MAN, o sistema adotado no protótipo VW Constellation 17.280 6×2 Híbrido traz para os caminhões brasileiros o mesmo conceito de recuperação da energia cinética (KERS) utilizado nos carros da Fórmula 1. O sistema armazena em acumuladores hidráulicos a energia coletada durante a frenagem, usando-a posteriormente na partida.
Essa tecnologia tem um de seus melhores índices de reaproveitamento em operações em que o veículo está submetido a uma aplicação “anda e para”, como a de coleta de lixo. O grande diferencial do híbrido da MAN Latin America em relação aos modelos que existem mundo afora, segundo a fabricante, está no dispositivo de armazenagem de energia utilizado nesse veículo. Os outros sistemas utilizam baterias ou ultracapacitores, mas a empresa optou pelos acumuladores hidráulicos pela maior adequação à realidade brasileira.
Conforme a MAN, o principal benefício está na manutenção e operação mais simples do sistema, cuja durabilidade é maior do que a da bateria, por exemplo. A empresa também prevê um menor investimento inicial para aquisição do modelo do que os observados mundialmente em híbridos elétricos. O acumulador hidráulico tem ainda uma capacidade de resposta mais rápida, ou seja, disponibiliza toda a energia armazenada para partida do veículo instantaneamente. A expectativa é que o veículo alcance uma economia de até 15% no consumo de combustível.
A cidade do Rio de Janeiro será uma das primeiras do mundo a dispor de tal tecnologia para sua limpeza pública. A partir do consumo menor de combustível, o caminhão híbrido ajuda a reduzir os níveis de emissão dos principais poluentes veiculares causadores do efeito estufa, como gás carbônico, e os que contribuem para degradação da qualidade do ar, como material particulado e óxido de nitrogênio, entre outros.
O teste tem duração prevista de três meses. O veículo vai rodar em um turno nos arredores do estádio do Maracanã e será submetido a avaliações periódicas de desempenho e consumo.