O ministro de Minas e Energia Eduardo Braga lançou, no começo do mês, a primeira usina solar flutuante do mundo em um reservatório de hidrelétrica no Brasil. O empreendimento terá capacidade de geração de 5 megawatts (MW) e será construído pela Sunlution, empresa brasileira de geração solar e hibrida e geração em usinas solares de médio e grande porte, em parceria com a fabricante de equipamentos WEG, no reservatório da Eletronorte de Balbina, no Amazonas.
Trata-se do programa de Pesquisa e Desenvolvimento da Eletronorte para captação de projeto de geração complementar de energia solar de 5 megawatts (MW). O escopo do projeto incluí o fornecimento pela Sunlution de flutuadores com placas fotovoltaicas para o reservatório de Balbina e estudos da otimização da operação de duas fontes de energia (Hidrelétrica e Solar) utilizando a mesma infraestrutura.
Os participantes do projeto foram definidos em chamada pública, que resultou na escolha do grupo formado por Universidade Federal do Amazonas (UFAM), Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), Fundação de Apoio ao Desenvolvimento da UFPE (FADE) e Fundação de Apoio Rio Solimões (UNISOL), além das empresas WEG e Sunlution.
A construção da usina tem um período total de 36 meses e está dividida em duas etapas -com a instalação de 1 MW ainda em 2016 e os 4 MW restantes nos últimos 12 meses. O contrato foi assinado pela Sunlution no dia 15 de dezembro de 2015 durante o lançamento do Programa de Desenvolvimento da Geração Distribuída de energia Elétrica (ProGD) do Ministério das Minas e Energia (MME).
Para participar do projeto, a empresa se uniu a Ciel et Terre International, fabricante francesa dos flutuadores solares, e criou a joint venture Ciel et Terre Brasil. A proposta, segundo Orestes Gonçalves, diretor da Sunlution, é participar dos leilões anunciados de geração solar.
“A ideia é aproveitar a infraestrutura existente nas instalações hidrelétricas para produzir energia com geração solar” ressalta Gonçalves. “Como a estrutura está toda pronta, não há necessidade de se investir em transmissão ou em subestação, como acontece em muitos projetos eólicos, por exemplo”, conclui o diretor.
Estudos feitos pelo governo indicam que há um potencial de mais de 15 mil MW nos reservatórios das hidrelétricas brasileiras no curto prazo. A Ciel et Terre Brasil deve inaugurar sua operação fabril no País para produção local dos flutuadores.
Foto: GTZ