Pesquisadores debatem mudanças climáticas


As catástrofes naturais foram o tema central do Fórum Internacional de Seguros para Jornalistas 2011, realizado pela Allianz Seguros nesta quarta-feira (27).



De acordo com pesquisadores ambientais que estudam os efeitos das mudanças climáticas no País, o padrão de vida escolhido pelas novas gerações terá mais impacto no ambiente do que o crescimento populacional em si.



Ricardo Ojima, professor da Universidade Federal do Rio Grande do Norte e coordenador da sub-rede do grupo de trabalho da Rede Clima, apontou a urbanização não planejada e a falta de políticas públicas nacionais contra consequências de eventos naturais como fatores que podem agravar a situação das populações urbanas, principalmente daquelas em alta vulnerabilidade social.



“Eventos naturais extremos acontecem há anos, porém agora, com mais intensidade e frequência. O que mudou não é a questão climática em si. O que faz a diferença, na verdade, é onde as pessoas estão concentradas. Somado isso as carências pré-existentes no Brasil, agrava a situação de vulnerabilidade no País”, afirmou Ojima.



Na opinião do especialista, a questão da sustentabilidade está relacionada com a mitigação e adaptação pró-ativa às mudanças climáticas. “A adaptação tem que acontecer para antecipar possíveis tragédias. Medidas devem ser adotadas para evitar o sofrimento da população”, ressaltou.



Mercado de seguros
 



Em razão do grande número de catástrofes globais ocorridas desde 2010 até o primeiro semestre de 2011, houve um maior número de indenizações pagas por estragos e morte resultantes destes eventos, totalizando cerca de U$ 60 bilhões pagos mundialmente somente neste ano.



De acordo com John Arpel, Presidente da Allianz Risk Transfer da Holanda, a consequência disso é que as taxas dos seguros irão aumentar em todo o mundo. “Se as seguradoras esvaziam seus potes com um maior número de indenizações, temos que repor este dinheiro de alguma forma. Então, os preços terão de aumentar". No entanto, o presidente não citou valores e também observou que isso depende de acontecimentos futuros. "Não sabemos o que mais poderá acontecer", completou.



Segundo Arpel, as catástrofes naturais provocaram também um crescimento na quantidade de indenizações pagas por seguradoras no Brasil e, consequentemente, os brasileiros também poderão contribuir com a reposição do "pote" das seguradoras.



 

SXC
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