Os motivos para a substituição de uma frota de aviões são muitas. Com as novas tecnologias os modelos mais atuais economizam energia e são mais seguros. Mas aí surge o desafio de como descartar as aeronaves que ficam sem uso. Segundo a AFRA (Aircraft Fleet Recycling Association) cerca de 12 mil aviões parados que devem ser descartados nos próximos 15 anos.
Mas isso cria um desafio: o que fazer com os antigos? Ferros-velhos para carros são uma coisa, mas como armazenar a sucata de aeronaves? Há mais de 12 mil aeronaves aposentadas susceptível de ser despedidos ao longo dos próximos 15 anos, de acordo com a Aircraft Fleet Recycling Association – AFRA.
A Europa não é hoje um dos principais locais para a desmontagem e reciclagem de aviões, mas pode vir a ser, principalmente na Alemanha, considerando que o modelo a ser seguido deve ser descentralizado, com diversas empresas especializadas trabalhando com diferentes materiais. “Nós temos uma estrutura de negócio ideal para lidar com a variedade de operações, soluções logísticas e de enquadramento legal exigida para a reciclagem de aviões na Alemanha”, explica Flérida Regueira, gerente sênior de Tecnologias Ambientais da Germany Trade & Invest (GTAI).
Ele acrescenta que há uma excelente infraestrutura de transporte, apoiada por um cenário vasto de micro e pequenas empresas, mais do que capaz de dividir de forma eficiente o grande número de tarefas inerentes à reciclagem de aeronaves.
A reciclagem é um grande negócio na Alemanha e é uma parte da cultura. Com cerca de 200 mil funcionários em cerca de 3 mil empresas, o setor gera uma receita de cerca de 40 bilhões de euros. Os conceitos de eficiência de recursos e redução de CO2 são ambos parteda política agressiva de Energiewende (mudança da matriz energética).
Atualmente, o objetivo é avançar da gestão de resíduos para a gestão de recursos, por isso as aeronaves devem ter na Alemanha um lugar de descanso final. Esses 12 mil aviões têm ainda diversos materiais de alto valor que podem ser reutilizados. Esses materiais incluem, entre outros, alumínio, cobre, fibra de carbono e titânio. A fibra de carbono tem sido objeto de uma parceria entre a Boeing e a BMW, que usa o material reciclado nos compartimentos de passageiros de seus novos carros elétricos i3 e i8.
Há também centenas de toneladas de valiosas peças de reposição: discos e peças do sistema de navegação, por exemplo, que ainda cumprem com os requisitos de aero navegabilidade das autoridades. Estes podem voltar para a indústria da aviação e ser instalados em novos aviões ao invés de serem descartados. O mercado de manutenção, reparo e operação, repleto de modelos de negócio, já existia para estas peças há cerca de dez anos. O grande desafio é o que fazer com as baterias, que não podem ser descartadas em aterros ou por incineração.
Informações: Germany Trade & Invest