TÜV Rheinland cria selo Rodovias Verdes

A TÜV Rheinland do Brasil, subsidiária do grupo alemão de certificação, inspeção e gerenciamento de projetos, lançou o Selo Rodovias Verdes, certificação na área de design, construção e operação de rodovias, que quantifica os atributos sustentáveis de projetos de autoestradas.

A subsidiária brasileira do grupo TÜV Rheinland é a única que oferece esse serviço no País, e que concede o selo em território nacional. O Selo Rodovias Verdes foi desenvolvido com base nos principais protocolos existentes para o setor, como o americado Greenroads e o europeu Certivea Route Durable, e destina-se às rodovias novas e também às já existentes.

Por quase um ano a equipe de profissionais da TÜV Rheinland do Brasil realizou estudos e pesquisas para a criação do Selo, considerando as duas certificações internacionais e adicionando aspectos da realidade brasileira, como a questão da responsabilidade social – a qual inclui boas práticas trabalhistas, como funcionários com registro em carteira, obrigação do uso de EPI (Equipamento de Proteção Individual) e combate ao trabalho infantil.

De acordo com a companhia, para as concessionárias, o Selo de Rodovias Verdes define quais atributos contribuem para a sustentabilidade da rodovia, fornece uma ferramenta de responsabilidade socioambiental e também estimula o mercado para as práticas e produtos sustentáveis. Por exemplo, colabora com o ISE (Índice de Sustentabilidade Empresarial), o instrumento que mede os aspectos de sustentabilidade corporativa das empresas listadas na BMF&Bovespa.

“Desenvolvemos esta certificação em um momento muito propício, pois há cada vez mais concessões de rodovias por parte do governo, por meio das PPPs (Parcerias Público-Privadas)”, observa Rita Toscano, coordenadora da área de construção sustentável da TÜV Rheinland do Brasil.

Segundo ela, até 2016, o BNDES planeja liberar cerca de R$ 90 bilhões em linhas de crédito para a construção de novas rodovias e manutenção de estradas já existentes no País. “Agora que o selo foi oficialmente lançado, temos planos de certificar pelo menos cinco rodovias até o primeiro semestre do ano que vem, pois as concessões duram pelo menos 35 anos, e neste longo período é fundamental que as concessionárias concebam as questões sustentáveis na construção, manutenção e operação das rodovias”, explica a executiva.

De acordo com a TÜV Rheinland, a certificação está diretamente ligada à viabilidade do negócio, pois cálculos comprovam que as construções sustentáveis são menos custosas sob os aspectos de manutenção e operação, além do benefício que oferecem aos usuários. “As concessionárias não podem depender apenas da arrecadação do pedágio para garantir o sucesso do negócio, devem também mitigar gastos de operação e manutenção com soluções sustentáveis”, afirma a especialista.

As soluções propostas pelo Selo Rodovias Verdes incluem ações de eficiência energética – como a instalação de lâmpadas econômicas nas praças de pedágio e nos postes de iluminação ao longo da rodovia, e captação de energia solar; de gestão da água, com o reaproveitamento da água das chuvas; a utilização de componentes recicláveis (borracha de pneu) no pavimento; a construção de acostamentos permeáveis e o uso de combustíveis limpos ou alternativos nos veículos de operação.

Conforme a TÜV Rheinland, estas e outras ações reduzem de 15% a 30% os gastos com manutenção e operação das rodovias, sendo um montante significativo ao longo de mais de três décadas, bem com mitigam emissões GEE (Gases de Efeito Estufa) e minimizam a utilização de recursos naturais.

“Os estudos e pesquisas para o desenvolvimento do selo contemplaram diagnósticos sob a ótica sustentável de algumas rodovias paulistas. Nossa conclusão foi a de que hoje já existem práticas que garantiriam a certificação básica dessas estradas. Porém, essas práticas precisam ser valorizadas, mensuradas e validadas por uma terceira parte, além de ampliadas, permitindo upgrades das ações sustentáveis que possam incrementar as gestões e os negócios”, afirma Rita.

CCommons/flickr/Tiberiu Ana
CCommons/flickr/Tiberiu Ana