As Unidades de Conservação (UCs) brasileiras, áreas de proteção da biodiversidade, podem alcançar um potencial econômico de R$ 5 bilhões a R$ 10 bilhões ao ano até 2016. Esses números, porém, só se tornarão realidade se investimentos necessários na estrutura das áreas de proteção forem concretizados.
O projeto “Contribuição das Unidades de Conservação para a Economia Nacional” considerou os aspectos como bens e serviços já utilizados ou com potencial de uso das UCs. Entre esses recursos destacam-se produtos florestais, produtos não madeireiros, turismo, armazenamento de carbono, água e repartição de receitas tributárias. As emissões evitadas (2,8 bilhões de toneladas de carbono), cujo valor monetário é estimado em R$ 96 bilhões, não estão incluídas no relatório.
O estudo foi realizado pelo Ministério do Meio Ambiente (MMA) e pelo Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma) em parceria com o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), a Embaixada Britânica e a Cooperação Internacional Alemã (GIZ).
Segundo Carlos Eduardo Young, um dos autores do documento, “o potencial é muito grande, com impacto importante para as comunidades locais, sem necessidade alguma do desmatamento predatório”.
Outro autor da publicação, Rodrigo Medeiros, comentou que as previsões do estudo são desafiadoras. “A princípio, todos vão pensar na origem dos recursos para novos investimentos. Mas apenas em uma categoria de atividade, como, por exemplo, a extração de madeira em tora na Amazônia, já pode se conseguir os recursos necessários para se investir no sistema de UCs, fomentando o potencial de geração de renda nas áreas protegidas”, afirmou.