Hoje 3,9 bilhões de pessoas vivem em áreas urbanas. Esse volume representa mais da metade da população mundial e a expectativa, segundo a Organização das Nações Unidas (ONU), é que a proporção alcance 70% até o final deste século. Trata-se, portanto, de uma situação bem diferente da segunda metade do século passado, quando apenas 746 milhões de habitantes viviam em cidades.
Outro dado que reforça a intensificação do processo de urbanização é o crescimento das megacidades, ou seja, cidades com 10 milhões de habitantes ou mais. Já há no mundo 28 megacidades, entre elas São Paulo, que juntas abrigam 453 milhões de pessoas. E se outra estimativa da ONU se confirmar – o que é bem provável –, teremos 41 desses grandes conglomerados urbanos até 2030 em nosso planeta.
À medida que mais pessoas passam a dividir o mesmo espaço, surge a necessidade de uma estrutura capaz de garantir habitação, transporte, alimentação, educação, saúde e outros serviços a todos os cidadãos residentes. Gerir de forma eficiente esses espaços é, portanto, um dos principais desafios das administrações públicas. Isso requer a busca por soluções inteligentes e sustentáveis, ou seja, idealizadas para melhorar a qualidade de vida da população com o mínimo de impacto no meio ambiente.
A questão da habitação esbarra também na disponibilidade de áreas para a construção de novos empreendimentos, o que tem levado ao aumento da quantidade de prédios médios e arranha-céus espalhados pelas cidades – estima-se que espaços urbanos e comerciais devem crescer 85% até 2025. Por conta disso, a demanda global por equipamentos e serviços relacionados à mobilidade urbana vem subindo de forma significativa. Investir em pesquisa e desenvolvimento para viabilizar inovações que atendam a essa necessidade tem sido um objetivo-chave para grandes empresas que fornecem soluções de engenharia, construção civil, infraestrutura e tecnologia da informação.
Um exemplo é o setor de elevadores, no qual as novas tecnologias são um elemento intrínseco ao desenvolvimento sustentável dos empreendimentos urbanos. É por isso que a thyssenkrupp vem trabalhando constantemente para criar soluções inovadoras, que atendam às necessidades atuais e futuras não só desse, mas também de outros mercados impulsionados pela urbanização.
Resultado desse esforço é que o primeiro elevador sem cabos do mundo já se tornou uma realidade. Batizado de MULTI, o sistema permite o deslocamento de várias cabinas num mesmo poço, nos sentidos vertical e horizontal. Dessa forma, é possível diminuir o tempo de espera (afinal, o tempo é um recurso muito precioso para quem vive em grandes centros urbanos) e aumentar a capacidade de locomoção de passageiros. Sem falar nas possibilidades que se abrem em termos de design e de criação para a arquitetura urbana.
A thyssenkrupp também foi uma das pioneiras no desenvolvimento e na aplicação de tecnologias que contribuem não só para reduzir o consumo de energia dos elevadores, mas também contemplam um sistema regenerativo capaz de devolver à rede elétrica do prédio a energia gerada pelo motor de tração do elevador, colaborando com a eficiência energética do empreendimento como um todo. Tais ganhos são extremamente relevantes, considerando que os prédios respondem atualmente por cerca de 40% da energia consumida no mundo, o que se aplica na mesma proporção à realidade brasileira, segundo dados do Ministério de Minas e Energia (MME).
É importante ressaltar que ao mesmo tempo em que os elevadores viabilizam a construção de edifícios mais altos e facilitam o dia a dia da população dos grandes centros urbanos, também geram um alto grau de dependência em razão da comodidade que proporcionam. Isso demanda atenção especial, pois garantir confiabilidade e disponibilidade dos equipamentos é algo fundamental.
Foi a partir dessa premissa que a thyssenkrupp desenvolveu o MAX, uma solução de manutenção preditiva de elevadores baseada em monitoramento remoto. Graças à aplicação de tecnologias como Internet das Coisas (IoT), Big Data e Computação em Nuvem, essa inovação possibilita que os elevadores “digam” aos técnicos de manutenção suas necessidades reais, incluindo a substituição de componentes, manutenção preventiva de sistema e identificação de reparos em tempo real, evitando assim paradas não planejadas.
Outra inovação criada pela empresa para melhorar o trânsito de pessoas é o ACCEL, sistema de transporte para curtas distâncias baseado em esteiras rolantes que utiliza a mesma tecnologia de aceleração empregada nos trens de alta velocidade. Sem necessidade de tempo de espera ou de barreiras de acesso, os passageiros precisam de apenas 140 segundos para percorrer de uma forma extremamente segura uma distância de 270 metros, em lugar dos anteriores 415 segundos, o que representa uma economia de tempo de 66%. As esteiras mais rápidas podem transportar até 7.300 pessoas por hora, o que contribuiria e muito para otimizar o fluxo de passageiros entre os diferentes terminais de um grande aeroporto.
São soluções como essas que podem ajudar a resolver não só a questão da mobilidade, mas também outros problemas inerentes ao crescimento das cidades. Por isso, cabe às empresas continuarem exercendo o importante papel de fomentar a inovação orientada à eficiência e ao desenvolvimento sustentável. Isso, aliado à mudança de comportamento da própria sociedade, é fundamental para lidarmos com os desafios que o intenso ritmo de urbanização impõe a todos nós.