Ministro Edson Fachin, do STF, participa da reunião de Diretoria da Câmara Brasil-Alemanha de São Paulo

Na tarde desta sexta-feira (22), a Diretoria da Câmara Brasil-Alemanha de São Paulo  se reuniu virtualmente para discutir perspectivas políticas e econômicas do Brasil. O evento contou com a presença do time de executivos que integram a Diretoria da Instituição e convidados.

Conduzida por Dr. Johannes Roscheck, CEO e Presidente da Audi do Brasil, a reunião foi aberta com a participação do Cônsul Geral da Alemanha em São Paulo, Dr. Thomas Schmitt, que compartilhou um breve panorama sobre a situação política da Alemanha. 

“Proteção ao clima é um ponto central nas discussões a respeito de coalizões, alinhado ao planejamento da Alemanha de abandonar gradualmente até 2030 o uso de energia a carvão e aumentar exponencialmente o uso de energias renováveis”, afirmou, completando que as sondagens por aproximações incluem ainda discussões sobre outros temas de extrema relevância, como aspectos econômicos, financiamento de grande investimento de proteção ao clima, digitalização e benefícios sociais.

No segundo momento da reunião, Cassio Namur, do escritório Tortoro, Madureira & Ragazzi Advogados, e Christian Roschmann, do escritório Lefosse Advogados, conduziram uma conversa com o convidado do dia, o Ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal (STF).

Palestrando sobre o papel do STF e a defesa do estado democrático de direito, o Ministro Fachin discorreu a respeito dos mecanismos que efetivam as regras constitucionais. “Em mais de trinta anos de democracia, ao fiscalizar e combater a corrupção, as instituições efetivaram, gradativamente, as regras constitucionais por meio de diversos mecanismos, como por exemplo: novas leis editadas pelo Congresso Nacional; ampliação dos poderes das autoridades públicas especialmente do Ministério Público e da Polícia Federal; adesão do país a tratados e convenções internacionais, nomeadamente quanto à lavagem de dinheiro, regras sobre organização criminosa, colaboração premiada, entre outros. Crises (como renúncia ou impedimento de Presidente da República, escândalos de corrupção na Administração Pública conhecidos como Esquema PC Farias, Anões do Orçamentos, Mensalão, e mais recentemente Lava Jato) trouxeram dissensos, mas entendo que não afetaram substancialmente as instituições constitucionais”, explicou.

Ele completou ainda que outros países, inclusive da Europa, também vivenciaram escândalos de grande magnitude, mas mesmo assim não abandonaram o credo nas instituições democráticas. “Vicissitudes, virtudes, contestações são parte do aprendizado institucional. Não há dúvidas que estamos diante de novos desafios que não são exclusividade do Brasil, mas são comuns a qualquer país que enfrenta a criminalidade econômica”, concluiu.

Para ele, somente na democracia e com respeito à Constituição as instituições serão transformadas por uma sociedade que não aceita corrupção. “Uma sociedade aberta, plural e livre deve ser capaz de produzir agentes público que tenham a confiança do povo e sejam aptos a cumprir seus deveres sem desvios de conduta.”

Pesquisa de conjuntura

Na tradicional pesquisa de conjuntura realizada durante a reunião, 68% dos respondentes indicam que esperam aumento acima de 1,5% no faturamento do seu segmento. Questionados sobre o principal motivo para os atuais desafios nos negócios, 36% indicaram a cadeia de fornecedores enfraquecida.