Na tarde desta sexta-feira (28), os membros da Diretoria da Câmara Brasil-Alemanha de São Paulo (AHK São Paulo) se reuniram para a primeira Reunião de Diretoria de 2022. O encontro teve como objetivo discutir perspectivas políticas, econômicas e sanitárias do Brasil nos próximos anos.
Em seu discurso de abertura, o Presidente da Câmara Brasil-Alemanha de São Paulo e Presidente da BASF para a América do Sul, Manfredo Rübens, deu as boas-vindas aos participantes e anunciou o fechamento dos escritórios da instituição até o dia 31 de março. Essa decisão foi realizada buscando preservar a saúde dos colaboradores e associados em meio ao aumento de casos de COVID-19 e H3N2.
Adicionalmente, Rübens comunicou a saída de Dr. Johannes Roscheck, CEO e Presidente da Audi do Brasil, da Diretoria da Câmara Brasil-Alemanha. Tendo assumido um novo cargo na matriz da Audi, Roscheck teve seu engajamento enaltecido e recebeu agradecimentos pela sua atuação para a melhoria da imagem do Brasil no exterior.
Em seguida, o Cônsul Geral da Alemanha em São Paulo, Dr. Thomas Schmitt, atualizou os participantes acerca do cenário político alemão, bem como o impacto da variante Ômicron no país. De acordo com ele, o foco do novo governo, assim como seu antecessor, continua sendo o enfrentamento da pandemia e das questões climáticas.
A reunião contou também com a participação do Sr. José Marcelo A. de Oliveira, Diretor-Presidente Hospital Alemão Oswaldo Cruz, e do Dr. Icaro Boszczowski, Diretor do Departamento de Controle de Infecção Hospitalar do Hospital Alemão Oswaldo Cruz, que divulgaram os índices atuais de infectados pela nova variante do Coronavírus.
Ainda que os efeitos da Ômicron sejam significativamente mais brandos, ambos os médicos ressaltaram que o baixo número de casos graves também se deve à vacinação. “Para que não estejamos sempre sob ameaça de novas variantes, a questão vacinal deve ser resolvida em nível global”, afirmou Boszczowski.
Outro participante convidado para a reunião foi o Sr. Creomar de Souza, cientista político e Membro Fundador da Dharma Political Risk and Strategy. Sua apresentação abordou as perspectivas políticas, econômicas e sanitárias para o Brasil em 2022 e 2023.
Segundo pesquisas expostas por Souza, as principais prioridades dos eleitores neste ano eleitoral são economia, questões sociais (sobretudo vinculadas à retomada de avanço da fome), saúde pública e agenda anticorrupção.
O cientista político prevê um cenário bastante polarizado nas eleições presidenciais, com sério risco de o País enfrentar uma eleição plebiscitária entre os candidatos Jair Bolsonaro, atual Presidente da República, e o ex-Presidente Luiz Inácio Lula da Silva, com apenas dois protagonistas.
A partir deste cenário, Souza acredita 2023 será um ano de dificuldades, principalmente relacionadas ao crescimento econômico. Contudo, ele garante que ainda é cedo para análises complexas. “O Brasil é um País onde o inconcebível pode vir a acontecer. O cenário pode mudar repentinamente e o horizonte ainda é de incerteza”, disse.
Pesquisa de conjuntura
Na primeira pesquisa de conjuntura de 2022, 76% dos respondentes indicam que os negócios de suas empresas se desenvolverão de maneira positiva em relação ao ano passado. Em relação à pandemia, 40% dos participantes acreditam que a fase de transição entre pandemia e endemia acontecerá até o final deste ano. Ao serem questionados sobre o governo federal, 83% classificaram como ruim, ao passo que 17% dos respondentes consideram a gestão atual satisfatória.