Poder de compra do brasileiro atrai empresas alemãs

De olho no incremento da renda da população brasileira, 21 fabricantes alemães de artigos alimentícios estão no Brasil em busca de parcerias para inserir seus produtos no mercado local. Subsidiado pelo Ministério Federal de Alimentação, Agricultura e Defesa do Consumidor da Alemanha (BMELV), o grupo expõe seus artigos no 27º Congresso de Gestão e Feira Internacional de Negócios em Supermercados, em São Paulo, até esta quinta-feira (12).


“O poder de compra dos brasileiros vem crescendo e, com isso, a demanda por produtos de melhor qualidade e sabor diferenciado. Esses fatores têm impulsionado a venda de alimentos alemães no País, mas nós acreditamos que ainda há potencial para mais”, destaca o representante oficial do BMELV Erik Schneider, que acompanha a delegação de empresários alemães no evento promovido pela Associação Paulista de Supermercados (APAS).


Em 2010, a Alemanha exportou € 70 bilhões em produtos alimentícios industrializados para o Brasil – 29% a mais do que no ano anterior. Entre os principais artigos importados para o País estão os doces, chocolates, bolachas, bebidas, derivados de leite, como o queijo, e produtos de confeitaria. Mas Schneider afirma que ainda há espaço para outros itens. “A Alemanha não possui apenas repolho e cerveja”, brinca o representante do BMELV.


Das 21 empresas alemãs que compõem o pavilhão alemão na feira da APAS, apenas duas ainda não exportam para o Brasil, mas já identificaram possíveis importadores para os seus produtos essa semana. “Elas vão sair da feira com negócio fechado”, garante Wilfried Kühnisch, diretor do Centro de Competência Mercosul para o AgriBusiness da Alemanha, órgão ligado à Câmara de Comércio e Indústria Brasil-Alemanha (AHK).


Obstáculos


Além da alta carga tributária, Kühnisch aponta o desembaraço aduaneiro como a principal barreira enfrentada pelas empresas alemãs para exportar seus produtos para o Brasil. O executivo conta que o País não assinou um convênio da Organização Mundial do Comércio (OMC) que facilita a entrada de remessas de amostras. Por esse motivo, os produtos levam muito tempo para chegar aos distribuidores brasileiros.


A burocracia também prejudicou diversos expositores que estão participando da feira supermercadista em São Paulo, e não só os alemães. Kühnisch conta que amostras de 11 países estão presas na alfândega do aeroporto internacional de Cumbica, em Guarulhos, desde o início de abril, aguardando liberação para entrar no País. Os produtos seriam expostos durante o evento, mas agora não terão mais serventia, já que a exposição termina nesta quinta-feira (12).

Carlo Ferreri / Câmara Brasil-Alemanha
Carlo Ferreri / Câmara Brasil-Alemanha