Durante a Bienal de Berlim, que começa hoje (27), a capital alemã ficará repleta de exposições, instalações artísticas em espaços públicos e exibições de filmes, além de outras atividades.
Nesta 7ª edição, a mostra de arte contemporânea adota como tema central os acontecimentos políticos, seguindo uma tendência de outros eventos, como o Festival de Cinema de Berlim de 2012, que deu atenção especial aos levantes populares e revoluções no mundo árabe.
Conflitos em territórios palestinos e manifestações políticas de diversas regiões do mundo – desde ações das ativistas do grupo ucraniano “Femen” aos levantes do movimento “Occupy”, que tomou Wall Street e ergueu acampamentos contra a desigualdade social e econômica em pelo menos 30 países – estão representadas em grande parte das criações experimentais dos jovens artistas que buscam visibilidade na Bienal.
A Bienal de Berlim é organizada pelo Instituto de Arte Contemporânea KW e acontece até o dia 1º de Julho.
Atrações
A maioria das obras não está confinada aos espaços fechados de museus e galerias, e assim como as reivindicações políticas, toma as ruas e convida o público a participar de seus processos criativos.
No projeto “Art Cover Politics”, com curadoria de Tomáš Rafa, qualquer pessoa pode enviar, via internet, imagens, vídeos ou gravações de áudio de eventos políticos e manifestações populares. O material multimídia será exibido durante a mostra de arte contemporânea.
Já o “Breaking the News”, pretende fornecer uma nova maneira de enxergar os conflitos políticos e levantes sociais, reunindo documentários com abordagens distintas das encontradas em noticiários televisivos ou na mídia impressa.
A instalação “Berlin-Birkenau”, do artista polonês Lukasz Surowiec, espalha ao redor de Berlim bétulas do antigo campo de concentração nazista Auschwitz, na Polônia. A intenção de Surowiec é criar um memorial vivo para as vítimas do Holocausto.
Participação brasileira
Um grupo de cinco artistas brasileiros estará presente na Bienal de Berlim com o intuito de representar a pichação. Para isso, foram convidados a fazer intervenções em muros e edifícios abandonados da cidade alemã.
O paulistano Djan Ivson, que já gravou mais de 10 filmes sobre o assunto, vai integrar algumas mesas de discussões que compõem a mostra.