Nesta quinta-feira, 03 de dezembro, os membros da Diretoria da Câmara Brasil-Alemanha de São Paulo se reuniram digitalmente para a última Reunião de Diretoria do ano, dessa vez com o objetivo de discutir perspectivas político-econômicas para o ano de 2021, assim como obter mais informações sobre a atual situação do Coronavírus na cidade de São Paulo.
Manfredo Rübens, Presidente da Câmara Brasil-Alemanha de São Paulo e Presidente da BASF para a América do Sul, deu início à reunião reforçando as boas-vindas aos dois novos membros da Presidência da instituição, Dr. Johannes Roscheck, CEO e Presidente da Audi do Brasil, e Paulo Alvarenga, CEO da thyssenkrupp South America. Após a apresentação das ações tomadas em 2020 pela Câmara em formato de vídeo, Rübens aproveitou o momento para falar também sobre os objetivos da Câmara para 2021.
Em seguida, o senhor Jens Gust, Cônsul Geral Adjunto da Alemanha em São Paulo, apresentou um balanço da situação atual da Alemanha. Por conta do aumento de casos de infectados pelo novo Coronavírus, o país tomou medidas mais restritas com o intuito de controlar o número de infecções e, também, evitar um lockdown. “A economia alemã se recuperou fortemente no terceiro semestre, ainda que os números atuais representem uma queda de quase 4% em relação ao ano anterior. Se conseguirmos evitar um lockdown completo, a desaceleração causada por essa segunda onda poderá ser menos acentuada”, explicou.
O encontro contou ainda com a participação dos convidados Paulo Vasconcellos Bastian, CEO do Hospital Alemão Oswaldo Cruz, e Alessandra Ribeiro, Diretora da área de Macroeconomia e Análise Setorial da Tendências Consultoria.
Bastian comentou a situação atual da pandemia no Brasil, assim como as expectativas para a vacinação em solo brasileiro. Com as novas medidas adotadas pelo Estado de São Paulo para controlar o contágio do vírus, o CEO expôs as mudanças notadas por ele. “Os hospitais estão preparados para enfrentar essa nova onda de infectados. O Hospital Alemão Oswaldo Cruz, por exemplo, conseguiu aprimorar e conhecer mais dessas doenças, reduzindo o tempo que os pacientes ficam na UTI, além de substituir tratamentos invasivos. Os hospitais estão preparados para atender os pacientes com COVID-19, mas também para auxiliar outros pacientes que precisam de tratamentos que não tem relação com o vírus”, explicou.
Adicionalmente, Bastian explicou que a situação continua muito incerta, ainda que os estudos de desenvolvimento de diversas vacinas estejam avançando. “Mesmo as principais vacinas que estão sendo analisadas hoje não apresentam uma ideia objetiva do prazo de duração de imunidade”, alertou.
Ribeiro ficou responsável por abordar as projeções político-econômicas do próximo ano. Inicialmente focando sua apresentação no cenário internacional, expressou o otimismo dos economistas em relação à retomada econômica. “A eleição de Joe Biden para a Presidência dos Estados Unidos teve um impacto positivo. A relação do país com a China vai continuar com clima competitivo, porém o ambiente tende a ser mais previsível, porque a diplomacia será mais cautelosa. Em suma, temos um ambiente mais favorável para 2021”, finalizou.
A partir desses dados, Ribeiro associou a situação externa com o cenário brasileiro. Segundo ela, a recuperação do País ainda não está no nível pré-pandemia. Isso se dá por conta da relevância do setor de serviços, o maior prejudicado pela crise, na economia nacional. Contudo, para uma recuperação significativa, é importante que o Brasil tome algumas medidas necessárias. “Se o Brasil fizer a lição de casa, ele será muito beneficiado. Isso significa endereçar bem a questão fiscal, adotar uma postura mais pragmática nas relações externas e revisar as políticas ambientais em vigor atualmente. Por outro lado, se o governo brasileiro não tomar medidas necessárias com relação a isso, o país será afetado negativamente”.