Diretoria da Câmara Brasil-Alemanha se reúne com Diretor de Estratégia do Instituto Butantan

Foto: Divulgação – AHK São Paulo

Na tarde da última sexta-feira (16), a Diretoria da Câmara Brasil-Alemanha de São Paulo se reuniu com convidados para discutir as perspectivas políticas e econômicas diante do cenário de pandemia da Covid-19.

A tradicional pesquisa de conjuntura realizada durante a reunião sinalizou para o otimismo dos representantes do empresariado: 50% dos participantes avaliaram a situação de seu segmento como boa. Entre os principais desafios para os negócios lideraram na pesquisa os temas “Cadeia de fornecedores enfraquecida” (30%) e “baixa demanda” (16%). Questionados quanto à expectativa em relação à conclusão da campanha de vacinação no estado de São Paulo, 55% dos respondentes afirmaram que estimam que ela seja concluída no 2º semestre de 2021.

“Estamos atravessando um momento muito difícil no Brasil e aqui no estado de São Paulo. Precisamos ter ainda mais consciência e resiliência para poder cuidar de nós mesmos e conseguir ajudar ao próximo”, afirmou Manfredo Rübens, Presidente da Câmara Brasil-Alemanha de São Paulo e Presidente da BASF para a América do Sul.

Em um painel comandado por Maite Leite, Vice-Presidente da Câmara e Chief Country Officer do Deutsche Bank Brasil, os convidados Paulo Bastian, CEO do Hospital Alemão Oswaldo Cruz, e Antonio da Silva Bastos Neto, Diretor Médico Executivo do Hospital Alemão Oswaldo Cruz, compartilharam com os participantes uma apresentação sobre o cenário da pandemia hoje no Brasil, abordando os desafios assistenciais e organizacionais impostos ao sistema de saúde e as perspectivas para os próximos meses.

Em seguida, a palavra foi passada a Raul Machado Neto, Diretor de Estratégia Institucional do Instituto Butantan. Após compartilhar um pouco da história e detalhes da estrutura do instituto paulista, Machado respondeu a perguntas dos participantes sobre a produção de vacinas. 

Questionado sobre os maiores desafios para acelerar a produção, Machado explicou que insumos e equipamentos para aumento da linha de envase ainda representam um importante gargalo na produção. “Temos mais 60 milhões de doses em processo. Acreditamos que, com base na quantidade que a Fiocruz consegue produzir de maneira regular, a partir de julho o sistema de imunização seja desafogado”, afirmou.
Ele reforçou ainda que a importância da agilidade na vacinação da população não está relacionada apenas ao retorno das atividades econômicas. “Neste momento, nossa maior preocupação está relacionada ao surgimento das variantes. Quando a vacinação não se estende rapidamente a uma parcela ampla da população, naturalmente cria-se um ambiente para o surgimento de possíveis variantes”, afirmou.

Silvio Cascione, Diretor Brasil do Eurasia Group, também participou da reunião e compartilhou dois possíveis cenários para o Brasil nos próximos meses. “Ainda estamos passando por um período crítico da pandemia, mas assumindo que a curva de transmissão, e posteriormente de mortes, comece a dar sinais de melhora, e assumindo que a vacinação no segundo semestre começará a ter efeitos mais abrangentes sobre a população, poderíamos afirmar que o pior está ficando para trás”, afirmou.

Neste cenário mais otimista, que o grupo enxerga com 60% de probabilidade de se concretizar, o auxílio emergencial não precisará ser estendido para além do que já está contratado. Segundo ele, com a atividade econômica em recuperação, o cenário político se mostrará um pouco melhor para a continuidade de algumas medidas que ficaram em suspenso nos últimos meses. “Mas as próximas semanas serão determinantes para sabermos se estamos neste cenário ou em um cenário mais preocupante”, alertou.

Para ele, o segundo cenário se estabeleceria a partir da continuidade da pressão enfrentada pelo sistema hospitalar aliada ao abre e fecha das atividades econômicas que abalam a segurança da população e pressionam gastos públicos fora do teto. “Com a renda em queda e a inflação em alta, a popularidade do presidente Bolsonaro continuaria em queda, levando a uma paralisação da governabilidade e elevando a pressão pelo impeachment”, explicou Cascione, reforçando que estima uma probabilidade de 40% para a concretização deste cenário. “Quanto mais robusta for a recuperação da economia, maior a chance de reeleição de Bolsonaro. Ainda assim, mesmo a recuperação não seria o suficiente para diminuir a polarização da próxima eleição presidencial, que estará claramente marcada pelo embate entre Bolsonaro e o candidato da esquerda, possivelmente Lula. Deixando pouco espaço para um terceiro elemento”, concluiu.

A análise do cenário político e econômico na Alemanha ficou a cargo do Cônsul Geral da Alemanha em São Paulo, Dr. Thomas Schmitt, e o Cônsul Adjunto, Jens Gust. Ambos se mostraram cautelosamente otimistas em relação à recuperação europeia no segundo semestre deste ano.

Plataforma de Ação AHK – Coronavírus

Responsável por liderar a frente de combate ao coronavírus, Maite Leite reforçou as iniciativas da Plataforma de Ação AHK. Clique aqui para saber mais sobre a plataforma. Desde o início da pandemia, a Câmara atuou na estruturação de projetos desenvolvidos e financiados pelo Ministério Federal para Cooperação Econômica e Desenvolvimento da Alemanha (BMZ) para mitigar os impactos da pandemia de COVID-19 em países emergentes.

Foram cinco projetos que juntos receberam a quantia de 7 milhões de euros para seu desenvolvimento e execução, o que equivale a cerca de 47 milhões de reais. As iniciativas foram desenvolvidas em parceria com as empresas Bayer, Mercedes-Benz do Brasil, Siemens Healthineers e o Hospital Alemão Oswaldo Cruz.

Ela complementou sua fala apresentando aos participantes o German-Brazilian CoWorking Space, um espaço pensado para os novos modelos de trabalho e disponível aos nossos associados. Assista aqui o vídeo.

Foto: Divulgação – AHK São Paulo