Michael Heinz, da BASF SE, traça perspectivas da indústria química em palestra na Câmara Brasil-Alemanha de São Paulo

Foto: Reunião de Diretoria / Carlo Ferreri

Os membros da Diretoria da Câmara Brasil-Alemanha de São Paulo se reuniram nesta sexta-feira (12) para mais uma Reunião de Diretoria. Pela primeira vez desde o início da pandemia da Covid-19, a reunião foi realizada de forma totalmente presencial, no escritório da instituição em São Paulo. Em seu discurso de abertura, o Presidente da Câmara Brasil-Alemanha de São Paulo e Presidente da BASF para a América do Sul, Manfredo Rübens, desejou boas-vindas aos participantes e comemorou à retomada das reuniões presenciais no escritório da instituição.

O encontro marcou a primeira participação da nova Cônsul Geral da Alemanha em São Paulo, sra. Martina Hackelberg. Em sua fala, ela afirmou se sentir muito grata por poder participar da reunião. “Meu antecessor realizou um trabalho muito forte e minha missão é fortalecer esse trabalho ainda mais”, disse.

Durante sua apresentação, a sra. Hackelberg compartilhou com os presentes um breve panorama sobre a conjuntura econômica na Alemanha, destacando que o cenário é permeado por fatores complexos, como “a guerra na Ucrânia e as questões difíceis de abastecimento de gás e petróleo; as medidas de alívio para compensar o aumento de preços de energia e alimento; e as medidas para contenção de uma nova onda da pandemia.”

O bloco seguinte da reunião contou com uma apresentação do Hospital Alemão Oswaldo Cruz sobre as oportunidades de colaboração na agenda de inovação em saúde. Carolina da Costa, Executive Director Innovation, Digital Health, Research & Education do hospital compartilhou detalhes sobre os projetos de inovação, educação corporativa e gestão de saúde.

Traçando uma análise rápida sobre os desdobramentos da pandemia, José Marcelo Amatuzzi de Oliveira, Diretor Presidente da instituição, comentou os desafios que ainda devem ser enfrentados, como equidade no acesso à vacina e menor hesitação para redução da chance no surgimento de novas variantes.

A reunião contou com a participação de Michael Heinz, membro do conselho de diretores executivos da BASF SE.  Ele palestrou sobre os desafios na indústria química e as transformações geopolíticas, fomentando uma intensa discussão entre os participantes do encontro.

Abordando os desafios globais de sustentabilidade,  Heinz comentou os principais aspectos do European Green Deal, que visa conseguir uma União Europeia climaticamente neutra até 2050. Em sua apresentação ele frisou a magnitude do pacto ecológico. “São 11 áreas de sustentabilidade a serem resolvidas simultaneamente e 730 bilhões de euros a serem investidos em apoio ao Green Deal. É preciso promover debates, enxergar oportunidades e avançar”.

Abordando os desafios que tangem ao âmbito energético na Europa, Heiz compartilhou também projeções para evidenciar como a guerra na Ucrânia causa aumentos nos preços do petróleo e do gás. “A um longo prazo é esperada uma desvantagem estrutural para a produção química na Europa devido aos altos preços do gás”, afirmou.

Entrando no escopo da indústria química, Heiz destacou a importância de uma mudança estrutural acelerada para produtos químicos com baixa pegada de carbono a partir de matéria-prima renovável, eletrificação de processos e investimentos no uso de hidrogênio verde. “A estratégia a longo prazo é que a Europa seja um modelo para a produção de produtos químicos sustentáveis e com baixo teor de carbono, mas para isso é necessário acesso a energia renovável de baixo custo e o desenvolvimento de uma estrutura regulatória adequada”, explicou.

Pesquisa de conjuntura:

Durante a reunião foi realizada também a já tradicional Pesquisa Rápida de Conjuntura com os membros presentes no encontro. O levantamento teve como objetivo entender os impactos da guerra na Ucrânia e os desdobramentos das tensões no leste asiático.

Entre os respondentes, 53% dos diretores compreendem que diante dos impactos da guerra na Ucrânia a situação de negócios de sua empresa se manterá.

Para a maioria, a perspectiva é otimista em relação ao Brasil e América Latina: 95% acreditam que, à médio prazo,  os países da América Latina devem se tornar mais atraentes para investimentos estrangeiros. Diante da previsão de recessão na Alemanha em 2023, 63% estimam um recuo de 0,1 até 2%.

Questionados sobre a tensão entre China e Taiwan, 58% acreditam que ocorrerá uma invasão chinesa; 74% estimam que haverá uma tendência de redução de operações de empresas estrangeiras na China nos próximos anos.