Operações autônomas na mineração minimizam situações de risco e otimizam processos

Foto: Divulgação Liebherr

Com foco em diminuir danos, perdas e desperdícios, a indústria da mineração tem se voltado gradativamente para uma realidade antes distante: a das operações autônomas. O conceito é simples: máquinas que funcionam de maneira independente da intervenção humana. Neste contexto, as pessoas que operam equipamentos passam a realizar as operações de forma remota, sem serem expostas a operações de risco.

Entre as vantagens temos dados expressivos da redução dos acidentes culminando no aumento da segurança humana. “A operação autônoma afasta por completo o risco inerente à operação, o equipamento pode ser operado remotamente por meio de câmeras ou de forma totalmente autônoma controlado por inteligência artificial atendendo a demanda por máquinas mais seguras e condições operacionais que ofereçam mais segurança para colaboradores de minerações no mundo todo”, explicou Jair Machado, Gerente Comercial de Mineração da Liebherr Brasil.

O futuro da mineração já está se desenhando: menos pessoas trabalharão na mina – em vez disso, irão monitorar a produção remotamente e estarão localizados em salas de controle centralizadas em áreas urbanas. A operação autônoma também oferece suporte à manutenção preditiva, diminuindo os custos de reparo e o tempo de inatividade não planejado. Dessa forma, é possível otimizar os processos para que as emissões de CO₂ e o uso de recursos (por exemplo, água) sejam reduzidos.

Além dos equipamentos, a automação das operações exige adicionalmente um investimento em infraestrutura e treinamentos das equipes para compreender as complexidades desse novo sistema. “Há a necessidade da introdução de hardwares e softwares de gerenciamento e comunicação com os equipamentos em campo para o seu contínuo monitoramento, mapeamento geral das rotas via GPS e difusão da cultura relativa à operação autônoma das minas, além do desenvolvimento das equipes de manutenção”, listou Machado. Para um Sistema Autônomo de Transporte (AHS), com os caminhões e máquinas, a atenção a pontos como condições e dimensões das estradas e locais, infraestrutura e regras de operação também precisam ser aliados no processo de implementação.

Grandes companhias do segmento já investem nas facilidades de uma operação mais tecnológica, segura e sustentável. Essa tecnologia já faz parte da mineração brasileira, e a tendência é que sua inserção seja crescente nos próximos anos.

De modo geral, a viabilidade da operação dos equipamentos autônomos no Brasil ainda tem alguns obstáculos pela frente, como capacitação da mão de obra, custo e aplicabilidade da solução. Todavia, diante da digitalização crescente das minas, a expectativa é que esse mercado se expanda ao longo dos próximos anos, tornando o aumento de segurança e sustentabilidade uma realidade aplicável às minas brasileiras.

*Essa matéria foi escrita por Vitória Santos e faz parte da Revista BrasilAlemanha de Mineração 2022. Confira a edição completa da publicação aqui.