A LIGNA, conhecida mundialmente como a maior feira para a indústria madeireira, será palco para os principais segmentos do ramo. Como a feira é um ponto de encontro das novidades do mercado global, a geração de energia a partir da biomassa de madeira não poderia ficar de fora.
Apesar da sua simplicidade, a queima de lenha pode gerar muito mais do que apenas calor no inverno. O diretor do IPEF (Instituto de Pesquisas e Estudos Florestais) e professor da USP (Universidade de São Paulo), José Brito, afirma que a geração de energia elétrica a partir da madeira é uma crescente tendência devido ao seu baixo custo em praticamente todas as suas etapas e por ser um recurso renovável. Outro motivo primordial pela busca da madeira como combustível é a sua baixa emissão de poluentes e gases de efeito estufa. Dentro da cadeia de geração de energia, as árvores plantadas absorvem os gases, o que atenua o impacto da queima no processo.
Brito ressalta ainda que devido à extensão territorial do Brasil, o recurso é especialmente interessante para o país. A grande área com potencial de plantio não só ajudaria a atingir maior independência energética, como também tornaria possível a exportação de um grande volume de madeira para países que buscam investir no recurso.
Para o engenheiro Hernes Zeserino, da indústria de caldeiras Icavi, a madeira bruta não é a única mercadoria que o Brasil pode exportar. “A tecnologia brasileira atual cuida de 100% do processo. Desde o plantio, até o processamento da lenha.”, explica. A empresa de Hernes estará na LIGNA junto com outros grandes nomes da indústria mundial.
Hernes também destacou o baixo preço como um dos maiores trunfos dessa natureza de biomassa: “É um meio extremamente rentável de aquecer um ambiente, produzir alimentos e de obter energia”. Na indústria alimentícia muitas máquinas são movidas à vapor saturado, resultante da queima de material, tecnologia que poderia ser adotada em outras indústrias como uma maneira de reduzir gastos e diversificar a matriz energética.
Além de indústrias, ambos os entrevistados destacaram a importância do uso da madeira no ambiente doméstico. No Brasil, a madeira é o meio mais utilizado por famílias de baixa renda para a obtenção de luz e o cozimento de alimentos. Na Europa, contudo, tem sido cada vez mais utilizada para aquecer as residências devido ao aumento no preço do gás natural e outros combustíveis fósseis.
Mesmo com todas essas aplicações, a madeira ainda é um recurso pouco explorado. Todavia, apresenta alto potencial tanto no Brasil, quanto na Alemanha. Ao ser questionado sobre uma possível interação entre os países para mudar esse panorama, Brito mencionou o Programa Nacional de Florestas. A plataforma visa o plantio de mais de 10 milhões de hectares de árvores. “É uma ótima ideia que além de ajudar na preservação de florestas originais, ajuda a aquecer o setor madeireiro”. Para Brito, uma parceria bilateral seria benéfica para ambos.
A LIGNA 2019 ocorre entre os dias 27 e 31 de maio e além de tratar da geração de energia a partir da madeira, também fala de processamento do material e todas as outras etapas da indústria.
Caso tenha interesse em participar como expositor entre em contato pelo e-mail comex@ahkbrasil.com ou pelo telefone (11) 5187-5213. A Câmara Brasil-Alemanha é representante oficial da LIGNA no Brasil e presta todo o apoio necessário a empresas brasileiras que desejam expor.